"O PAN protesta veementemente contra atos desta natureza e apela a todos aqueles e aquelas que até aqui nesta tradição participavam que reflitam, antes de se tornarem cúmplices desta barbárie", dizem, em comunicado, os responsáveis desta força política na Madeira.
Segundo o PAN, "querer colar esta dita tradição aos traços identitários do povo madeirense não parece que seja motivo de qualquer orgulho".
O partido salienta ainda ser "indigno" que uma pessoa, "tendo consciência do sofrimento arrepiante que impele ao porco" o sujeite a tal situação nesta altura do ano com o argumento de que "é a tradição".
"Nada nos move contra aqueles que, por este ou aquele motivo, ainda não se libertaram de participar neste ato brutal e culturalmente inaceitável", sustentam, adiantando que o objetivo é "trazê-los à razão, referindo que em resultado da necessária evolução civilizacional todas as tradições violentas têm vindo a ser banidas pelos povos".
O comunicado menciona que a matança do porco, de acordo com alguns estudos, é um ritual que terá sido introduzido na Madeira por residentes do Norte de Portugal, aquando da colonização do arquipélago, ocorrendo nas vésperas do Natal, a partir de 08 de dezembro, um pouco por toda a ilha da Madeira.
O PAN destaca que o 'animal humano' tem capacidade de efetuar decisões conscientes e, visando ajudar na sensibilização para acabar com este tipo de rituais, promove na sexta-feira, no Funchal, uma palestra subordinada ao tema "alimentação com ética -- isenta de produtos de origem animal", na Fundação J. Silvério Pires, que tem como orador o especialista em alimentação natural Rui Vieira.