"Os valores da social-democracia na Europa enfrentam um dos desafios mais importantes da sua história", disse José Luís Carneiro, no discurso que proferiu no Congresso do Partido Socialista Europeu (PSE), que decorre entre sexta-feira e hoje em Amesterdão.
O líder socialista português sublinhou que a polarização social e política, bem como a "atomização das sociedades", ameaçam os fundamentos da confiança nas instituições democráticas, e que este fenómeno "já não é apenas nacional", mas "global, organizado e com métodos e meios de ação coordenados".
Para o secretário-geral do PS, o "melhor antídoto" passa pela continuação do trabalho comum entre os partidos socialistas europeus, com propostas políticas centradas na paz, no desenvolvimento e numa economia "baseada no conhecimento, sustentável e inclusiva".
"Devemos ter soluções concretas e comuns para resolver os problemas das pessoas e ser capazes de trazer esperança e melhores perspetivas à vida dos nossos cidadãos. Só assim é possível travar populismos e extremismos", defendeu Carneiro.
Entre as prioridades destacadas pelo líder do PS estiveram a habitação, o emprego, a saúde, os transportes e mobilidade, a qualidade do espaço público e a participação dos cidadãos.
Carneiro referiu ainda a importância da defesa do multilateralismo, das relações transatlânticas e da cooperação com África e a América Latina, citando o antigo presidente da Comissão Europeia Jacques Delors para sublinhar a visão europeísta que deve guiar a ação dos socialistas.
Esta estratégia deve favorecer a "competição que estimula, a cooperação que fortalece e a solidariedade que une", salientou.
À marge do congresso, José Luís Carneiro encontrou-se ainda em reuniões bilaterais com o primeiro-ministro espanhol e líder do PSOE, Pedro Sánchez, e com o líder do SPD alemão, Lars Klingbeil.
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