Em declarações à agência Lusa, Ricardo Romão, que foi o cabeça de lista da CLIP à Câmara de Portalegre nas autárquicas realizadas no domingo, admitiu hoje que a contabilização de um deputado municipal pela IL "pode ter sido um erro" desse partido ou "um mal-entendido".
Em causa está a eleição como deputado na Assembleia Municipal de Portalegre de João Leal da Costa, que figurava em terceiro lugar nas listas da CLIP a este órgão autárquico.
Apesar de ser membro da Iniciativa Liberal (IL) e de até ter sido o cabeça de lista da IL no círculo de Portalegre nas legislativas de 2024, João Leal da Costa integrou a lista do movimento independente à assembleia municipal, nas autárquicas de domingo.
Num quadro publicado nas suas redes sociais, na terça-feira, consultado pela agência Lusa, a IL indicou que "entrou na Assembleia Municipal de 43 novos concelhos" e apontou Portalegre como um deles, com um eleito.
Ricardo Romão esclareceu hoje à Lusa que o movimento é "totalmente alheio" a esta situação e lembrou que os movimentos independentes não podem efetuar coligações com partidos políticos.
"Aquilo que existe é que há pessoas de várias filiações partidárias que participam como cidadãos na candidatura e nós nunca pedimos cartão de militante a ninguém, nem excluímos ninguém por essa via", explicou.
De acordo com o mesmo elemento da CLIP, "essas pessoas participam livremente" no movimento e cabe-lhes a elas resolverem eventuais situações com os seus partidos.
"A questão, depois, com os próprios partidos que eles eventualmente representam ou representaram noutras ocasiões é-nos totalmente alheia", frisou.
Para Ricardo Romão, a indicação pela IL da eleição de um deputado na Assembleia Municipal de Portalegre, concelho ao qual a Iniciativa Liberal não se candidatou, "pode ter sido um erro qualquer".
"Não sei, não faço ideia. Não vou estar a responder por uma coisa que não é da nossa competência. Eu acho que pode ser um mal-entendido, um erro que nós não consideramos que seja um problema", disse.
Contactada pela Lusa, fonte da Iniciativa Liberal limitou-se a responder, por escrito, que o quadro publicado nas redes sociais "reflete os membros da IL que foram eleitos nas últimas autárquicas".
Nas eleições autárquicas de domingo, a coligação PSD/CDS-PP venceu a Assembleia Municipal de Portalegre, conseguindo 11 eleitos, enquanto o PS e a CLIP alcançaram quatro mandatos cada e o Chega e a CDU elegeram um deputado municipal cada, de acordo com os resultados do Ministério da Administração Interna (MAI).
A coligação PSD/CDS-PP venceu com maioria absoluta a Câmara de Portalegre, com a conquista de seis dos sete mandatos (um ficou para o PS), reelegendo a já presidente Fermelinda Carvalho.
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