O Ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, considerou que a abstenção do Partido Socialista (PS) na votação do Orçamento do Estado, que resultará na aprovação ao documento, é "uma posição responsável por parte do PS".
"O Orçamento não tem em si mesmo fundamentos para ter um voto de rejeição do Partido Socialista. Seria um sinal de irresponsabilidade do PS, se a pouquíssimo tempo das eleições - e a seguir a uma vitória autárquica - fosse suscitar uma questão de governabilidade do país. Saúdo. E não esperava outra coisa", afirmou o governante, em entrevista à SIC Notícias.
O ministro foi também questionado sobre se esperava esta atitude por parte deste líder do PS em particular, José Luís Carneiro, tendo respondido afirmativamente: "Acho que tem suficiente experiência e ponderação para compreender o momento histórico e político que se está a viver".
Mas, para além do elogio deixado ao secretário-geral do PS, Castro Almeida apontou que o passo dado por Carneiro era também "uma questão de sobrevivência". "O país não compreenderia outra posição. É também uma questão de sobrevivência. Tem de estar alinhado com o seu eleitorado e o país. E o país não deseja outra coisa a não ser deixar o Governo trabalhar", defendeu.
Note-se que foi conhecido, ainda na noite de quarta-feira, que o secretário-geral do PS iria propor na Comissão Política Nacional que o partido se abstivesse nesta votação. Já durante a campanha para as eleições autárquicas José Luís Carneiro tinha aberto a porta a esta viabilização, assegurando então que respeitaria e honraria a palavra que deu aos portugueses de "contribuir para a estabilidade política".
Após a proposta ser colocada em cima da mesa, e a reunião ter decorrido em sede deste órgão, a promessa veio então a realizar-se, com o anúncio sobre a posição do partido em relação ao Orçamento do Estado para 2026 a ser anunciado. Segundo o líder do PS, houve uma "manifestação geral de apoio" à proposta que fez de abstenção, que qualificou como "abstenção exigente" a um orçamento "que não é do PS" e ao qual deixou várias críticas.
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