José Luís Carneiro falou esta madrugada aos jornalistas, no Largo do Rato, depois de uma reunião de cerca de quatro horas da Comissão Política Nacional do PS que serviu para decidir a abstenção no Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) e analisar os resultados das eleições autárquicas de domingo.
O líder do PS ressalvou que "é sempre possível" leituras diferentes porque "há 30 maneiras de olhar para o resultado de umas eleições autárquicas".
No entanto, sublinhou que quer o grupo parlamentar do PS quer a Comissão Política Nacional foram unânimes quanto "aos resultados positivos do Partido Socialista em função de todo um contexto nacional" e também tendo em conta o facto de o partido ter vencido várias eleições autárquicas.
"Termos tido os instrumentos eleitoralistas da parte do Governo e termos mesmo sido o partido que mais teve que substituir presidentes de Câmara, que foram 50 presidentes de Câmara, mais cerca de 20 do que os nossos principais competidores", acrescentou.
Na perspetiva de Carneiro, como secretário-geral do PS cumpre-lhe "puxar pelo mérito, pelos resultados, pelas conquistas e pelas coisas boas que aconteceram nestas eleições".
"Naturalmente nós gostávamos de ter ainda outros objetivos, mas é evidente que ao secretário-geral cumpre-lhe dar ânimo e puxar pelo moral das tropas do seu partido e portanto é isso que o secretário-geral faz e com fundamento", disse.
Entre os argumentos está o facto de o PS ter conseguido um milhão e 800 mil votos, nove capitais de distrito e a maioria das câmaras na área metropolitana de Lisboa.
"Isso mostra que o PS é competitivo também no eleitorado urbano e portanto o Partido Socialista tem razões para estar confiante enquanto principal alternativa política à AD e é a partir desta posição que se vai afirmar como uma alternativa política nacional", enfatizou.
Sobre haver quem tem visões diferentes -- o seu antecessor no cargo, Pedro Nuno Santos, fez avisos na segunda-feira numa publicação nas redes sociais -- Carneiro disse ver essas posições "com muita naturalidade".
"Entre os otimistas e os pessimistas, eu tenho dito que sou um realista otimista", enfatizou.
Nas eleições autárquicas de domingo, o PS deixou de ser a principal força autárquica em Portugal e ficou com a presidência de 128 câmaras, duas delas em coligação, quando em 2021 tinha 149 câmaras, uma delas em coligação.
Os socialistas perdem assim a liderança da ANMP para o PSD e voltaram a falhar o objetivo de conquistar Lisboa e Porto.
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