Segundo o apuramento provisório da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, a candidatura Sempre com os Sintrenses, que juntou PSD/IL/PAN obteve nas eleições de domingo para a câmara municipal 55.052 votos (33,86%), quando em 2021, o candidato Marco Almeida, pelo PSD/CDS-PP/MPT/PDR/PPM/RIR se ficou por 35.702 votos (27,53%), elegendo também quatro vereadores.
O antigo vice-presidente da autarquia, naquela que foi a terceira candidatura à câmara do distrito de Lisboa, com uma primeira como independente, contra o PSD, conseguiu agora mais 19.350 votos, em comparação com o anterior sufrágio, quando perdeu para Basílio Horta (PS).
Além de Marco Almeida, foram eleitos também Andreia Bernardo, Eunice Baeta e Francisco Duarte, numa lista para a câmara que teve mais 3.551 votos do que a candidatura de Ana Mendes Godinho, da coligação PS/Livre, com apoio do Volt Portugal.
A antiga ministra socialista teve 51.501 votos (31,67%), mais 5.777 votos do que os socialistas obtiveram sozinhos em 2021, com 45.724 votos (35,25%), mantendo quatro eleitos no executivo, seguindo-se-lhe na lista Bruno Parreira, atual vice-presidente, Filomena Pereira e Eduardo Quinta Nova.
Em terceiro lugar manteve-se o Chega, com 38.020 votos (23,38%), quando antes se ficou pelos 11.786 votos (9,09%), aumentando de um vereador (que entretanto passou a independente) para três eleitos, mas ainda assim com uma votação muito abaixo do que apontavam as sondagens divulgadas antes do período de campanha eleitoral e dos resultados nas recentes legislativas, em que foi o mais votado no município.
O partido de direita radical populista elegeu a também deputada Rita Matias, a deputada municipal Anabela Guiomar Macedo e o consultor Ricardo Aragão Pinto.
Mas, a maior derrota da noite foi para a CDU (coligação PCP/PEV), que apenas obteve 7.537 votos (4,64%), muito abaixo dos 11.701 votos (9,02%) no sufrágio anterior, impedindo a reeleição do vereador Pedro Ventura.
A CDU tem vindo a perder eleitorado, desde os resultados históricos da Frente Eleitoral Povo Unido e da Aliança Povo Unido (APU), e após em 1985 o então candidato comunista Lino Paulo, pela APU, ter ficado a cerca de 700 votos de Tavares de Carvalho (PSD), com os mesmos quatro vereadores, número de eleitos que manteve durante quatro mandatos (1982 a 1993).
Em 1997, iniciou-se a erosão de resultados, passando para três vereadores e depois para dois, elegendo apenas um desde 2005, e nem a experiência autárquica de Pedro Ventura, que assumiu competências em anteriores mandatos nos Mercados, Serviços Municipalizados de Água e Saneamento e atualmente na Intervenção das Cidades e Reabilitação Urbana impediu a perda de 4.164 votos nestas eleições.
O CDS-PP, que se juntou ao PPM e ADN, após as negociações de Marco Almeida com a IL, não foi além de 3.434 votos (2,11%), o BE ficou-se por 2.643 votos (1,63%), muito abaixo dos já escassos 7.539 votos (5,81%) anteriores, e a Nova Direita só teve 736 votos (0,45%).
A candidatura PS/Livre apresentou o antigo presidente da Câmara de Lisboa e ministro João Soares para a assembleia municipal, que já foi vereador do Turismo no mandato de Fernando Seara, social-democrata que também se candidatou ao órgão deliberativo municipal pelo PSD/IL/PAN, e que voltou a vencer a corrida.
A coligação Sempre com os Sintrenses conquistou 11 deputados municipais, o mesmo número que PS/Livre, o Chega nove, a CDU dois e o BE falhou a eleição quando no mandato que agora termina tem dois.
Nas 15 freguesias do concelho, PSD/IL/PAN ganharam em nove, enquanto PS e Livre venceram em seis.
No domingo, Marco Almeida disse que trabalhará com base nos currículos e a sua linha vermelha será "com a incompetência" e não com partidos.
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