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Politólogas: Vitória autárquica do PSD reforça Governo e testa o Chega

Politólogas consideram que o Governo ganhou maior margem negocial no parlamento com o resultado do PSD nas autárquicas e antecipam que as três câmaras conquistadas pelo Chega vão ser um teste para mostrar que tem quadros de qualidade.

Politólogas: Vitória autárquica do PSD reforça Governo e testa o Chega

© Flickr / PSD

Lusa
13/10/2025 17:22 ‧ há 4 horas por Lusa

Política

Autárquicas

Politólogas consideram que o Governo ganhou maior margem negocial no parlamento com o resultado do PSD nas autárquicas e antecipam que as três câmaras conquistadas pelo Chega vão ser um teste para mostrar que tem quadros de qualidade.

 

Em declarações à agência Lusa, Conceição Pequito, professora do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade de Lisboa, frisou que, nas eleições autárquicas de domingo, o PSD "reforçou a sua posição" a nível nacional ao tornar-se no primeiro partido autárquico e ao conquistar a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), "o que já não acontecia há muitos anos".

"O partido sai verdadeiramente reforçado porque atinge todas as metas a que se propôs. Isso é um acréscimo de legitimidade que, depois, se traduz em maior legitimidade e em maior capacidade negocial com as outras forças políticas, nomeadamente com o PS e o próprio Chega", afirmou a politóloga.

Classificando o PSD como o "ganhador convincente" das eleições autárquicas, Conceição Pequito considerou, contudo, que o PS "também é ganhador no sentido em que a sua deterioração e erosão no seu eleitorado não se verificou nos termos que poderiam resultar da sua última prestação" nas eleições legislativas.

"O PS, ficando em segundo lugar, conseguiu travar os resultados das legislativas", afirmou Conceição Pequito, uma opinião igualmente partilhada por Paula Espírito Santo, também professora no ISCSP, que, à Lusa, salientou que o Partido Socialista "acabou por se recompor" nestas autárquicas.

Sem querer fazer uma extrapolação excessiva das autárquicas para o plano nacional, por serem eleições com uma "dinâmica própria" e muito dependente de fatores locais, Paula Espírito Santo considerou que a natureza particular destas eleições explica o resultado do Chega, um partido recente, com quase nenhuma implantação local e que "iniciou a sua caminhada autárquica em 2021".

"Apesar da dinâmica, pujança e do crescimento a nível das legislativas do Chega, pode-se dizer que isso não se reflete na dinâmica local. Essa é a ilação que tiramos aqui de forma muito clara destas eleições: têm outra lógica, muito mais assente na proximidade de figuras que têm reconhecimento e notoriedade sobretudo local", disse.

É por isso, prosseguiu, que as três câmaras conquistadas pelo Chega nestas autárquicas -- Albufeira, Entroncamento e São Vicente -- vão ser um "teste muito importante" para o partido, não só "de gestão e satisfação relativamente às populações, mas também de negociação", uma vez que não obteve nenhuma maioria absoluta em qualquer autarquia.

"Essa capacidade de negociação vai ser muito importante para que os executivos sejam funcionais e possam depois, ao final de quatro anos, ter um efeito produtivo e de notoriedade junto da população", referiu.

Também Conceição Pequito considerou que as três autarquias vão ser "uma prova e um teste" para o Chega, para mostrar que não é "um partido de um homem só" e que consegue "atrair e promover quadros políticos de qualidade".

"Ou seja, [vai ser importante ver] até que ponto é que estes quadros políticos convencem em termos de capacidade de gestão autárquica", referiu.

As duas politólogas convergiram ainda na ideia de que, apesar de as eleições legislativas terem indiciado o fim do bipartidarismo a nível nacional, isso acabou por não se verificar a nível autárquico, o que Paula Espírito Santo atribuiu ao facto de as eleições autárquicas não estarem tão dependentes de lideranças nacionais, mas mais de "desempenhos locais".

Conceição Pequito frisou que, ainda que o bipartidarismo do sistema político português possa ter sido "posto em interrogação" nas legislativas, ele acaba por manter-se "completamente presente" nas autárquicas, porque houve, em muitos municípios, "uma disputa muito renhida" entre os "dois partidos tradicionais e históricos da democracia portuguesa": PS e PSD.

Leia Também: Foram eleitos autarcas investigados, condenados e absolvidos pela Justiça

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