"Ainda não tivemos contactos, mas estamos abertos ao diálogo. Portanto, há sim disponibilidade. É uma questão de conversarmos, é uma questão de analisarmos as propostas. Obviamente que eu, por questões políticas, tenho que conversar com a direção nacional do meu partido", disse António Barbosa.
Luís Filipe Menezes volta a presidir à Câmara de Vila Nova de Gaia após vencer no domingo, pela coligação PSD/CDS-PP/IL, as eleições autárquicas, mas sem maioria absoluta.
Depois do PSD/CDS-PP/IL, com 40,74% (teve 17,57% em 2021) e cinco mandatos, o segundo mais votado é o PS, com 35,85% (tinha 57,79% em 2021) e cinco mandatos, e o terceiro é o Chega, com 10,97% dos votos e um mandato.
Em declarações aos jornalistas -- num restaurante em Francelos, Vila Nova de Gaia, antes de receber o presidente do PSD e depois de um discurso de vitória, no qual enviou um cumprimento ao seu principal adversário, o ex-secretário de Estado socialista, João Paulo Correia -- Menezes não antecipou se pretende fazer acordos de governação.
"Estou a acabar de vencer uma eleição, começando do zero, deixem-me saborear. Não sei o que é que vou fazer amanhã", disse aos jornalistas, regressando à ideia de que quererá conhecer o retrato da autarquia que foi liderada nos últimos 12 anos pelo PS com maioria absoluta (nove dos 11 eleitos), nomeadamente o quadro de funcionários.
Já João Paulo Correia, que reagiu à derrota na sede de campanha, anunciou que se inicia um "novo ciclo" para a recandidatura daqui a quatro anos.
"Fui o primeiro responsável pelas escolhas. Sou, portanto, o primeiro e único responsável por este resultado eleitoral. Acredito que este resultado não é um fim. É o princípio de um ciclo que em vez de começar no poder, começará na oposição e essa é a principal mensagem que gostaria de vos transmitir. É que hoje não encerramos um ciclo, não colocamos um ponto final. Hoje iniciamos um ciclo, que por conta do resultado não começa no poder, na governação, começará na oposição", disse João Paulo Correia.
Hoje, em declarações à agência Lusa, o candidato do terceiro partido mais votado em Vila Nova de Gaia, o Chega, congratulou-se com o lugar conquistado na vereação e disse que continuará a trabalhar porque quer "subir ainda muito mais".
"Considero que tivemos um bom resultado. A nível de Assembleia, passámos de um para quatro. A nível de freguesias, passámos de três para 30. Portanto, considero que tivemos um bom resultado", resumiu.
Em 2021 o Chega foi a quinta força mais votada com 4,2% dos votos, passando nesta eleição à frente da CDU (desceu de 4,83% em 2021 para 3,82%) e Bloco de Esquerda (4,6% para 3,17%).
Gaia, no distrito do Porto, muda assim de cor política ao fim de 12 anos de governação socialista, primeiro com Eduardo Vítor Rodrigues e depois com Marina Mendes que só assumiu o município em junho, após a renúncia do docente universitário na sequência de um caso judicial que ditou a sua perda de mandato.
O ex-presidente do PSD Luís Filipe Menezes regressa depois de ter governado esta autarquia de 1997 a 2013 e de se ter candidatado ao Porto em 2013, onde perdeu para o independente Rui Moreira.
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