"Saiam e votem. A nossa única arma em democracia é o voto, a nossa única arma de escolha é o voto e, portanto, as pessoas têm que votar. Se queremos manter uma democracia viva, temos que votar e fazer escolhas, mesmo quando essas escolhas são de ruptura", afirmou André Ventura aos jornalistas depois de ter votado na Escola Básica do Parque das Nações, em Lisboa.
O líder do Chega disse ter informações de "pessoas que estão perto de zonas de voto" que apontam para uma subida de uma afluência às urnas e que espera que no fecho das urnas se verifique que houve menos abstenção do que em outros anos.
Para Ventura, os eleitores estão hoje "mais informados" do que antes, principalmente os mais jovens e mais velhos devido a novas plataformas onde "recolher informação", e também isso pode contribuir para uma descida da abstenção.
"Posso vir a contrariar-me ao final do dia, mas penso que vamos ter menos abstenção a estas eleições e isso é um sinal muito, muito positivo para a democracia e eu espero mesmo que todos hoje exerçam o seu direito de voto", reforçou.
Sobre se a campanha autárquica foi mobilizadora para reduzir a abstenção, Ventura sublinhou que se tratou de uma "campanha dura, diferente", que acompanhou uma tendência de outros países europeus, mas que foi "esclarecedora" e com "muito mais debate do que o comum".
André Ventura disse ainda que "não vale de nada passar o ano todo a criticar" se no dia das eleições "deixarmos para os outros o sentido de voto", reforçando a importância de votar mesmo nas terras onde se acha que ganham "sempre os mesmos" ou onde se pense que "o poder político não respondeu devidamente".
Questionado sobre o que fará durante a tarde, o líder do Chega adiantou que irá "analisar o decorrer do dia eleitoral", para depois ir à missa na igreja de São Nicolau, em Lisboa, ao fim da tarde.
A noite será passada no 'quartel-general' do partido para esta noite, de onde Ventura espera sair para se dirigir à primeira autarquia em que se confirme uma vitória do Chega.
"É um plano recatado, mas os dias eleitorais também se devem viver assim, com muita humildade à espera do voto das pessoas e, obviamente, com aceitação, seja qual for o resultado que os portugueses nos derem, mas, obviamente, com alguma ansiedade e com alguma expectativa", concluiu.
Mais de 9,3 milhões de eleitores podem votar nestas autárquicas, segundo os dados do recenseamento disponibilizados pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (MAI).
Dos 9.303.840 eleitores inscritos, 9.262.722 são nacionais e, dos restantes, 18.319 são eleitores estrangeiros da União Europeia (UE) e 22.799 são estrangeiros provenientes de fora da UE, em ambos os casos recenseados em território nacional.
Os eleitores vão escolher os órgãos dirigentes das 308 Câmaras Municipais, 308 Assembleias Municipais e 3.221 Assembleias de Freguesia, pelo que há três boletins de voto.
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