"O balanço da campanha foi ótimo, eu adorei participar nesta campanha. Acho que passámos a mensagem de que somos um partido bastante permeável à verdade dos outros. Eu acho que isso é essencial nos tempos que correm, e, portanto, somos pela liberdade, pela capacidade de ouvir o outro, é muito importante", destacou.
Em declarações à agência Lusa junto do metro do Campo Grande, local da capital que o ADN elegeu para a ação de derradeiro dia oficial de campanha para as eleições autárquicas de domingo, Adelaide Ferreira assumiu ter aceitado concorrer à Câmara de Lisboa para ser "a voz do povo".
Durante a campanha, a candidata, que hoje esteve acompanhada pelo líder do partido, Bruno Fialho, descobriu que o maior problema da autarquia da capital portuguesa são os eleitos que integram o executivo.
"Nós temos que ser para, não contra. E quando os partidos entram numa dicotomia do 'tu és mau, eu sou bom', isso não é bom, é péssimo para os lisboetas. [...] O presidente atual [Carlos Moedas] legitimou-se fazendo queixinhas, dizendo que não o deixaram governar. Os outros dizem que deixam sim senhora, mas ele é que não sei o quê. Parecem as criancinhas", criticou.
Para a candidata do ADN, os eleitos para a Câmara de Lisboa não podem ver a sua missão como de política global.
"Eles estão lá um bocado para servir a sua dama e, com isso, esquecem-se de nós. [...] Portanto, se eu for eventualmente para lá, meu Deus, o que eu me vou bater por isto. Nós temos que servir os lisboetas", vincou.
"Não há adultos na sala e é isto que a mim me incomoda. Eu acho que vim fazer essa diferença, porque sou cantora, tenho outra sensibilidade, e porque perceciono que muito mais é o que nos une do que aquilo que nos separa", completou.
"Se andarmos a antagonizar-nos o resto da vida, os lisboetas vão andar cada vez com mais buracos, mais lixo, mais isto, mais aquilo. Metam lá outras pessoas novas, que vão fazer diferença, que os chamem à razão. Eu terei esta narrativa com eles, se para lá for", prometeu.
Questionada sobre as suas expectativas para as eleições de domingo, Adelaide Ferreira respondeu: "Eleita já estou, porque estou aqui, fui eleita pelo ADN".
Além da candidata do ADN, concorrem à Câmara de Lisboa nas eleições autárquicas de domingo o atual presidente Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL), Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), João Ferreira (CDU -- coligação PCP/PEV), Bruno Mascarenhas (Chega), Ossanda Líber (Nova Direita), José Almeida (Volt), Tomaz Ponce Dentinho (PPM/PTP) e Luís Mendes (RIR).
Atualmente, o executivo municipal integra sete eleitos da coligação "Novos Tempos" - PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança, sete eleitos da coligação "Mais Lisboa" - PS/Livre, dois da CDU e um do BE.
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