O socialista e ex-ministro da Saúde João Costa defendeu, na noite de quinta-feira, nas redes sociais, que o argumento de "tanto faz" para voltar nas eleições "deu mau resultado nos EUA" e "pode dar também em Lisboa".
O antigo governante começou por salientar num post partilhado nas redes sociais que "respira-se nalguns comentários de Lisboa o mesmo argumento que se ouvia nos EUA".
"Kamala ou Trump tanto faz, diziam eles. Está aí o resultado. Em Lisboa pode ser diferente. E isto não é ser útil. É saber a diferença entre Moedas e Leitão", considerou João Costa.
Já em resposta a um seguidor, o também professor acrescentou que, na sua opinião, "o programa da coligação 'Viver Lisboa' não é menos mau, é bom". "Ao contrário do que diz Paulo Raimundo, quase risivelmente, não é o 'prolongamento de políticas de direita'. Em matérias estruturantes para a cidade, como o Alojamento Local, pode corrigir erros do passado e é bem mais ambicioso do que o da CDU. Mas o meu ponto aqui é sobre a falta de seriedade de quem olha para a Alexandra Leitão e para Moedas e diz que 'tanto faz'", atirou.
Para João Costa deve-se votar por "convicção, claro", mas também "com a honestidade de saber que não é verdadeira (ou pelo menos é muito arriscada) a tese do tanto faz". "Deu mau resultado nos EUA, pode dar também em Lisboa", reiterou.
Recorde-se que a CDU tem defendido, ao longo da campanha para as eleições autárquicas, que melhor para a Lisboa é "o voto necessário", contra as pressões para o voto útil entre o "menor de dois males".
"Mais do que nos aprisionarem numa suposta escolha entre esse menor de dois males, que acaba sempre por trazer o pior deles todos, nós temos que pensar é no voto necessário", disse até o candidato João Ferreira, num encontro com trabalhadores do município.
Sem a nomear, João Ferreira referia-se à candidatura de Alexandra Leitão, que tem apelado ao voto útil da esquerda na coligação PS/Livre/BE/PAN, por considerar que está em melhores condições de derrotar o candidato e ainda presidente Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL).
No entanto, para João Ferreira, mais do que útil, o voto na CDU (coligação PCP/PEV) "é necessário", irá "concretizar as transformações que a cidade carece" e garantirá aos trabalhadores "as condições para que eles próprios se envolvam e se empenhem nessas transformações, porque elas não acontecem sem eles".
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