No comício da candidatura autárquica de António Braga à Câmara de Braga, Francisco Assis identificou um "país profundamente desequilibrado" com a esquerda "reduzida a menos de um terço da representação parlamentar", defendendo que "uma democracia precisa de algum equilíbrio".
Segundo o dirigente do PS, "a única missão do Chega é pôr os portugueses uns contra os outros" e "criar estigmas" contra minorias ou os imigrantes, sendo "um partido de um só homem" e "assente nesse messianismo populista primário e básico".
"É um partido que não tem depois no país intérpretes para a sua causa, porque não tem verdadeiramente causa, não tem ninguém que seja capaz de verdadeiramente exprimir seja o que for, de coerente, de sólido, de inteligente, de racional, para propor às populações e por isso eu estou convencido que nós vamos assistir no próximo domingo ao primeiro grande apagão eleitoral do Chega na vida política portuguesa", antecipou.
Assis começou a sua intervenção por recordar a recente derrota eleitoral do PS nas legislativas, que atribuiu a um "fim de um ciclo" e a "um certo cansaço compreensível" como acontece com todos os partidos nos regimes democráticos.
"Mas o PS continua a ser um partido imprescindível para a vida democrática portuguesa e a melhor resposta que podemos dar perante a derrota que tivemos há três meses é ganharmos as eleições no próximo domingo", defendeu.
Para que "o regime respire e funcione adequadamente", o eurodeputado defendeu ser preciso "um PS mais forte, um PS mais presente, um PS com maior representatividade", que faz "hoje falta na vida política portuguesa",
"Eu estou mesmo absolutamente convencido que a partir do próximo domingo esse PS vai regressar, e isso é bom para o PS, mas é sobretudo bom para Portugal", referiu.
Francisco Assis apontou "um antagonismo irredutível e inultrapassável com o partido de extrema-direita, que é o Chega", que representa tudo aquilo que os socialistas abominam e combatem.
"Por isso nós temos hoje que ser uma dupla oposição em Portugal, e é um papel difícil e complexo, e o papel do secretário-geral, José Luís Carneiro, é um papel especialmente difícil nestas circunstâncias", afirmou.
Segundo o dirigente socialista, o PS não abdica de entendimentos e está disponível para compromissos.
"Nunca abdicaremos dos nossos princípios em função da possibilidade da obtenção de alguns votos, porque quem abdica dos princípios para alcançar alguns votos não alcança os votos e nunca mais recupera os princípios", avisou.
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