Ao décimo dia de campanha para as eleições autárquicas de domingo, o Livre repetiu uma das suas já tradicionais "pedaladas", um passeio de bicicleta pelas ruas de Lisboa, desta vez, por três freguesias que o partido encabeçou no âmbito da coligação "Viver Lisboa" que junta PS, Livre, BE e PAN no apoio a Alexandra Leitão.
Coube a Joana Alves Pereira encabeçar a lista pelo Areeiro, Francisco Costa por Alvalade e Laura Cassandra pelas Avenidas Novas.
O ponto de partida para a "pedalada" foi a Igreja de São João de Brito, em Alvalade, de onde a comitiva partiu até à Praça de Alvalade e ao imponente edifício da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE), onde ainda trabalham cerca de 200 pessoas, de acordo com Francisco Costa.
Este é um dos edifícios que o Estado anunciou recentemente que quer alienar até ao final de 2026, além de colocar 14 outros terrenos em parceria público-privada.
Francisco Costa defendeu que o edifício tem potencial para ser transformado num "espaço para trabalho colaborativo", numa residência de estudantes ou ser reconvertido para habitação acessível, "que também faz falta em Alvalade".
"Há gente que está a ser expulsa da cidade e expulsa desta freguesia porque não tem, com um salário ganho, a trabalhar em Lisboa e na freguesia, não consegue pagar uma renda. Nós precisamos de mais habitação acessível e, havendo o potencial, querendo o Governo transformar aquele edifício noutra coisa, é bom que ele se mantenha na esfera pública", considerou.
O candidato também advogou pela melhoria da qualidade de vida na cidade, defendendo que deve ser possível aos lisboetas viver perto do local onde trabalham e, dessa forma, "pegar mais na bicicleta" ou andar mais a pé.
Pedalando mais um pouco, o grupo de cerca de duas dezenas de militantes seguiu caminho até ao n.º 26 da Avenida de Berna.
Perante o edifício, de seis andares, Laura Cassandra salientou que este espaço esteve prometido à Academia de Amadores de Música pela autarquia liderada por Carlos Moedas, mas surgiu recentemente na lista dos imóveis que o Estado pretende alienar.
O porta-voz do Livre Rui Tavares lembrou que foi ali que pediu "vários adiamentos da tropa", uma vez que o edifício já foi utilizado no âmbito do recrutamento militar, e criticou o Governo por querer aliená-lo "perdendo as últimas oportunidades de fazer cidade".
Mais umas pedaladas, e um soar de campainhas, e a comitiva chegou à última paragem: um imponente edifício de oito andares situado na Avenida Afonso Costa, freguesia do Areeiro.
Joana Alves Pereira destacou a proximidade deste edifício de transportes públicos, como a linha do metro, e de instituições como o Instituto Superior Técnico, salientando que poderia albergar estudantes, professores ou até "uma casa da criação".
Durante a ação, Rui Tavares lamentou que na campanha não se aborde o tema da "qualidade de vida", ao invés de se dividir por "caixinhas" os temas da habitação, dos transportes, da higiene urbana ou da cultura.
"Bairros feitos para o transporte público, higiene urbana feita para se poder viver bem nas nossas ruas, mais casas, mas também mais bairros, mais cultura, tudo isto é integrado", realçou.
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