Medidas para a habitação, "neste orçamento, nem vê-las. E mesmo que viessem, trariam mais distorções ao mercado" porque "ninguém compreendeu o conceito de rendas moderadas", acusou Mariana Leitão, num jantar-comício em Braga, para dar apoio ao candidato local e antigo líder dos liberais, Rui Rocha.
O tipo de solução ao "mercado da habitação é um só: o IVA da construção deve baixar para todos, e o adicional ao IMI, o chamado imposto Mortágua, que deve ser transformado em [imposto] Pinto Luz deve acabar", disse a líder liberal, que também criticou o aumento, previsto no orçamento, ao Imposto Municipal de Transmissões (IMT).
"Com o preço das casas a disparar, o Governo atualiza os escalões apenas em 2%. Se os preços sobem 10%, e o Estado só atualiza 2%, está, na prática, a criar um imposto escondido sobre as famílias", acusou.
Na véspera do final da primeira campanha eleitoral em que é líder do partido, Mariana Leitão constatou, um pouco por todo o país, os problemas da habitação.
"Há um problema que é transversal a todos os municípios por onde passei. O desespero das pessoas face aos preços das casas" e a "única solução para esse flagelo, a única solução para baixar o preço das casas é construir, construir, construir", discursou a líder da IL.
Ainda hoje, acusou Leitão, o ministro das Finanças nada apresentou sobre o tema.: "Miranda Sarmento disse mesmo 'As medidas de habitação estão em processo final legislativo e a seu tempo conheceremos os seus impactos'. A seu tempo? Não senhor ministro, nós não temos tempo para combater o maior flagelo da nossa geração".
"Como é que há coragem para dizer a um jovem que só vai conseguir a sua própria casa depois dos 30 anos?" - questionou, respondendo em seguida que o "país não tem tempo" para esperar por medidas.
"A crise da habitação tem um culpado e esse culpado é o excesso de papel, de processos infindáveis, de câmaras municipais que complicam o que devia ser simples", acrescentou ainda.
Leia Também: Cessar-fogo? Mariana Leitão destaca importância da diplomacia