Na reta final da campanha autárquica, Paulo Raimundo participou esta tarde numa arruada em Setúbal, autarquia gerida pela CDU desde 2001, mas onde, nas eleições autárquicas de 12 de outubro, a coligação enfrenta a concorrência da sua ex-presidente de câmara Maria das Dores Meira, apoiada pelo PSD.
À chegada à Praça do Bocage, Paulo Raimundo foi recebido com um ramo de cravos pelo presidente da Câmara de Setúbal, André Martins, que se recandidata ao cargo, e por Heloísa Apolónia, dirigente do Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV).
Ao ritmo de bombos e acompanhado por centenas de pessoas, numa das maiores arruadas da CDU nesta campanha, Paulo Raimundo distribuiu cravos pelas pessoas com que se cruzou, entrou em estabelecimentos comerciais e, aos jornalistas, manifestou-se convicto numa "grande vitória" da coligação neste concelho.
"Estamos aqui para continuar o caminho. Setúbal não precisa de voltar para nada. Setúbal não precisa de mudar nada, só de continuar neste caminho de progresso", afirmou Paulo Raimundo, numa alusão ao nome da coligação de Maria das Dores Meira: "Setúbal de Volta".
O secretário-geral do PCP salientou que a CDU tem "uma confiança muito grande" na obra que fez em Setúbal, "em particular neste mandato", sugerindo que foi superior aos anteriores, quando Maria das Dores Meira era presidente da Câmara Municipal.
"Este foi o mandato com mais obra feita, mais obra projetada. É o mandato em que recuperámos a água para a gestão pública. É um mandato de grandes realizações e, portanto, nós não estamos contra ninguém. Também gostávamos era que ninguém estivesse contra os setubalenses", disse.
No final da arruada, num discurso perante os apoiantes da CDU, Paulo Raimundo voltou a insistir que "Setúbal não precisa de voltar para lado nenhum, só precisa de voltar quem saiu", antes de criticar a candidatura de Maria das Dores Meira.
"Há quem pensava que aqui chegava, recolhia apoios desta ou daquela força partidária ou de metade destas forças partidárias. Que aqui chegava, recolhia apoios, via e vencia", disse, referindo-se a Maria das Dores Meira, abordando depois as candidaturas de PS e Chega.
"Também há quem achasse que boicotava o nosso trabalho durante quatro anos e, à custa da vida dos setubalenses, ia ganhar alguma coisa com isso. E também ainda há aqueles que achavam que só era chegar aqui, berrar, falar alto, mentira e demagogia, e já estava, era só dinheiro em caixa", afirmou.
Todos esses, prosseguiu Paulo Raimundo, "esqueceram-se de um pormenor": é que "a maioria do povo de Setúbal não vai em cantigas" e que a CDU deixa "obra e trabalho" na cidade.
"Aqui, nesta força de verdade, nesta força de projeto, nesta força de gente séria, não há mentira, não há demagogia, não há troca-tintas", disse, salientando que a CDU é "gente de verdade e gente de confiança".
O candidato da CDU à Câmara de Setúbal, André Martins, também discursou neste comício para deixar críticas a Maria das Dores Meira, mas sobretudo à candidatura do PS, encabeçada por Fernando José.
"Nós aqui em Setúbal não gostamos de cata-ventos, aqueles candidatos que, enquanto o partido deles, o PS, está no Governo, estão caladinhos que nem ratos. Quando muda de Governo, andam todos os dias na rua a dizer mal de todas e de todos", acusou, salientando que "não é qualquer um que pode ser presidente da Câmara de Setúbal".
"Só a CDU tem trabalho realizado. É na CDU que está o futuro deste território que é Setúbal", disse.
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