Dias temáticos, visitas a empresas e mercados municipais (Setúbal, Faro e, na sexta-feira, em Guimarães), encontros com empresários, dirigentes locais, artistas ou associações marcaram a campanha da caravana da IL por todo o país, que começou em Gondomar e termina em Matosinhos, um norte que Mariana Leitão quer ser mais liberal.
O ponto de partida autárquico de 2021 é humilde -- menos de 100 eleitos para assembleias municipais e de freguesia -- e Mariana Leitão quer triplicar os resultados, mas as grandes apostas para eleger vereadores é em concelhos onde segue coligada com o PSD (Lisboa, Porto, Faro ou Gondomar).
"Queremos crescer, eleger vereadores com pelouros executivos, que façam a diferença na vida das pessoas" e "queremos, pelo menos, triplicar esse resultado em número de eleitos", em relação às últimas eleições autárquicas, afirmou Mariana Leitão, durante uma visita ao aeródromo de Viseu, na terça-feira.
Enquanto os opositores tinham agendas intensas espalhadas pelo país, a IL optou, no máximo, por três momentos por dia, realizou apenas, até hoje, dois contactos diretos com a população a solo e termina em Matosinhos, com um arraial popular.
Ao longo dos dias, além dos comentários à atualidade, Mariana Leitão insistiu nas bandeiras da IL, defendendo menos Estado na educação, saúde, mobilidade e habitação, com aposta na liberalização dos serviços e o reforço da concorrência.
Fosse na travessia do Tejo, numa escola na Benedita (Alcobaça) ou na linha ferroviária do Vouga (Aveiro), o menu liberal inclui opções privadas, que, segundo a IL, fomentam a concorrência e, com isso, resolvem os problemas.
Evitando criticar diretamente os candidatos apoiados pelo PSD -- com exceção de Isaltino Morais em Oeiras, onde Mariana Leitão foi deputada municipal -, a líder da IL, sempre que possível, dirigia as críticas ao PS, mas também foi pública uma troca de acusações com o Livre, de Rui Tavares.
No caso da capital, onde apoia Carlos Moedas, o objetivo da IL foi traçado: garantir que "não fica entregue a uma frente de esquerda radical que obviamente já sabemos pelo passado que criou inúmeros problemas não só em Lisboa, mas um pouco por todo o país" e que "tem uma obsessão ideológica contra os privados", preferindo-os "estigmatizar, em vez de poder contar com eles", afirmou, então, Mariana Leitão, com fortes críticas à socialista Alexandra Leitão.
Sobre o porta-voz do Livre, Mariana Leitão acusou-o de ter um "discurso sonso": Rui Tavares "vem da esquerda radical, coliga-se com a esquerda radical, vota favoravelmente as propostas da esquerda radical e depois quer que os portugueses acreditem que não é da esquerda radical".
O custo de vida foi também uma das preocupações ao longo destes dias de campanha. Nem todos os eleitores a conheciam ou o que era a Iniciativa Liberal, mas Mariana Leitão, na sua primeira campanha como líder, abordou as pessoas e procurou conversas mais demoradamente para saber os seus problemas.
"É uma coisa que eu gosto, perceber o que pensam as pessoas e como olham para os problemas", afirmou, no Seixal, com acusações aos políticos que se esquecem de ouvir a população e, com isso, alimentar os populismos.
"Portugal era um país pobre com um custo de vida pobre, hoje é um país pobre com um curso de vida de rico", repetiu em mais do que uma iniciativa.
Ao lado de Pedro Duarte no Porto, e antes do comício em Braga com o seu antecessor Rui Rocha, Mariana Leitão teve um dos seus pontos de maior enchente, numa das corridas eleitorais mais discutidas do país e onde o voto liberal pode ser decisivo.
Ali, a líder da Iniciativa Liberal mostrou-se confiante numa vitória sobre os socialistas nas duas principais autarquias do país, comparando o portuense Manuel Pizarro e Alexandra Leitão, apesar de terem plataformas de apoios diferentes.
"São ambos socialistas e os portugueses têm memória do que foram os tempos em que eram governados por socialistas", afirmou.
Leia Também: Mariana Leitão evita falar em "linhas vermelhas" com Chega