Segundo João Ferreira, candidato comunista à Câmara Municipal de Lisboa (CML), são cada vez mais os utilizadores deste meio de locomoção, "o que mostra que há vontade, há disponibilidade em aderir a este modo de mobilidade".
"O que não tem acompanhado essa vontade e essa disponibilidade é a intervenção do município. Faltam-nos ciclovias e faltam-nos bicicletas. Uma rede ainda muito lacunar, com falhas importantes, elas devem ser preenchidas. O desenvolvimento da rede de ciclovias foi muito lento nos últimos anos", defendeu.
João Ferreira considerou que a auditoria sobre ciclovias prometida por Carlos Moedas na campanha de há quatro anos, e que recentemente apresentou resultados, é "um instrumento muito útil para concretizar o desenvolvimento da rede" e "garantir uma convivência mais saudável entre este modo de transporte e o automóvel".
"Temos tido alguns problemas conhecidos a esse nível. Eles têm acontecido essencialmente onde não existem ciclovias segregadas e daí a importância deste instrumento que são as ciclovias segregadas", afirmou.
A auditoria "aponta as principais falhas nessa rede, aquilo que são grandes eixos que estão ainda em falta na cidade", por exemplo, ao longo da Frente Ribeirinha, "onde têm até ocorrido alguns acidentes" (como na Avenida da Índia), ou a partir do Marquês de Pombal para a Avenida da Liberdade e toda a zona da Baixa, explicou.
Por outro lado, o candidato sublinhou os problemas que atualmente tem o sistema municipal de bicicletas partilhadas Gira, com "falta de estações, falta de bicicletas nas estações, falta de uma reparação adequada e mais regular das bicicletas" e uma aplicação que "é uma fonte de dores de cabeça para os utilizadores quotidianos do sistema, porque têm falhas recorrentes".
A rede Gira "funciona mal há muito tempo. Tem-se desenvolvido também lentamente, há freguesias ainda, ao contrário do que foi anunciado, que estão fora da rede de bicicletas partilhadas", disse, sublinhando que "a freguesia de Santa Clara, por exemplo, não tem nenhuma estação em funcionamento neste momento".
A iniciativa da CDU partiu de uma estação Gira nos Olivais, e os contratempos começaram logo aí, porque, "em meia dúzia de estações", só numa conseguiu duas bicicletas.
A viagem até ao Marquês de Pombal passou pela Avenida Marechal Gomes da Costa, pela Rotunda do Relógio, Campo Grande, Avenida da República e Avenida Fontes Pereira de Melo.
João Ferreira destacou ainda que, em alguns pontos, "ao longo deste eixo central da cidade", há "interações algo problemáticas, sobretudo com as paragens de autocarro", sendo necessário assegurar "uma convivência mais saudável entre o peão e o utilizador da bicicleta".
Nas eleições autárquicas de domigo, concorrem à presidência da Câmara de Lisboa: Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL), João Ferreira (CDU-PCP/PEV), Bruno Mascarenhas (Chega), Ossanda Líber (Nova Direita), José Almeida (Volt), Adelaide Ferreira (ADN), Tomaz Ponce Dentinho (PPM/PTP) e Luís Mendes (RIR).
Atualmente, o executivo municipal integra sete eleitos da coligação Novos Tempos - PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança, sete eleitos da coligação Mais Lisboa - PS/Livre, dois da CDU e um do BE.
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