"A gente já conhece bem as manhas de Luís Montenegro. Eu acho que o que há a relevar daqui, porque isso não é novidade - essa parte das manhas de Luís Montenegro já é chover no molhado - é que queremos que o Complemento Solidário para Idosos chegue a cada vez mais gente", defendeu Rui Tavares.
O dirigente do Livre respondia aos jornalistas numa ação de campanha para as eleições de domingo em Barcelos, distrito de Braga, após questionado sobre o anúncio feito pelo primeiro-ministro e presidente do PSD, em Évora, de que o Complemento Solidário para Idosos vai aumentar 40 euros no próximo ano, subindo para 670 euros, medida que estará inscrita no Orçamento do Estado para 2026.
Tavares insistiu numa ideia já várias vezes proposta pelo Livre de que o parlamento discuta um "compromisso de equidade e investimento" "todos os anos no primeiro semestre para a utilização do excedente orçamental".
"Esse excedente, que é fruto do sacrifício de todos os portugueses e portuguesas, não deve ser utilizado de forma eleitoralista ou em campanha permanente por um primeiro-ministro, porque isso pode-nos levar ao momento em que, nas vésperas de uma crise económica internacional, de repente estamos sem almofada, é o que já nos aconteceu no passado e eu não quero que aconteça no futuro", advertiu.
Contudo, lamentou Tavares, com Luís Montenegro "a história é sempre a mesma".
"E eu gostaria que Portugal não ficasse na mesma como a lesma", acrescentou.
Tavares alertou que ainda "muita gente" que teria direito a este complemento não consegue aceder ao mesmo, seja por "dificuldades burocráticas" ou "por dificuldades de acesso às suas instituições, nomeadamente às juntas de freguesia, que podem muito bem fazer essa identificação".
"O que nós defendemos no Livre é que o complemento solidário para idosos deve aumentar, e que deve aumentar de forma previsível, que tenha um limiar bastante claro, uma meta bastante clara: retirar todos os portugueses mais velhos do limiar da pobreza", propôs.
Para que tal aconteça, os aumentos devem ser "regulares e em períodos regulares, não, evidentemente, em períodos de eleições". A proposta de Orçamento do Estado para 2026 será entregue no parlamento a 10 de outubro.
Tavares esteve no início da tarde em Barcelos, concelho onde o Livre candidata Rosa Vale à Câmara Municipal, e Jorge Araújo -- que foi cabeça de lista pelo partido em Braga nas legislativas, à Assembleia Municipal.
O porta-voz do Livre manifestou-se confiante na eleição dos dirigentes, e Rosa Vale partilhou com o líder do Livre qual será a sua primeira medida caso seja eleita vereadora: criar um gabinete municipal de saúde.
A longo prazo, a prioridade é a crise da habitação, através de um "plano estruturado para 15 anos em Barcelos" que "não é apenas eleitoral", disse Rosa Vale, que propõe alcançar até 2040 10% de habitação pública e cooperativa a nível municipal, a preços acessíveis.
Assim que chegou junto ao chafariz do Largo Porta Nova, Rui Tavares foi recebido por uma comitiva de pouco mais de uma dezena de apoiantes, que empunhavam bandeiras e distribuíam brindes como sacos de pano e canetas alusivas ao partido.
Havia também t-shirts com a figura de um galo de Barcelos, de várias cores, que Tavares vestiu logo, antes de pegar numa figura de um galo colorido, em parte pintado em azul e com estrelas amarelas, alusivas ao europeísmo, uma das bandeiras do partido.
[Notícia atualizada às 16h40]
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