"Eu digo sempre, é de Sintra quem escolhe Sintra e eu escolhi Sintra", afirmou à Lusa a candidata da coligação PS/Livre, assegurando que está na corrida "para ganhar" e, após estar desde fevereiro "todos os dias, dia e noite, no concelho, com uma dedicação total", considera que as pessoas já olham para si como alguém que está "para fazer de Sintra" aquilo em que acredita.
A antiga ministra do Trabalho e Segurança Social visitou o mercado da Estefânea, na União de Freguesias de Sintra, acompanhada de umas dezenas de apoiantes e candidatos, entre os quais o antigo ministro da Economia Pedro Siza Vieira, o cabeça de lista para a Assembleia Municipal, João Soares, e a primeira candidata à freguesia, Céu Ribeiro.
Num dia dedicado à economia, Mendes Godinho defendeu uma "'via verde' para tudo o que seja atividade empresarial", criando "condições para eliminar a burocracia de tudo o que tem a ver com a expansão da economia e da atividade económica".
"O concelho já teve uma grande evolução do ponto de vista de crescimento económico, passou de cerca de 30 mil empresas para 51 mil empresas, o que é extraordinário. Já é um dos principais concelhos exportadores e o que nós queremos aqui é de facto aproveitar toda esta capacidade empresarial instalada" e "este talento", frisou.
Na visita ao mercado, Mendes Godinho começou por dançar com duas jovens apoiantes, ao som do hino "Ó Ana, ó Ana, és a presidente da união...", cumprimentou vendedores e clientes, distribuiu folhetos e sacos de pano da candidatura, agradecendo e recebendo incentivos, de "felicidades" a "boa sorte".
O antigo governante da Economia quis saber junto a um talho como "está a andar" o negócio e o talhante respondeu "como o país", confirmando a Ana Mendes Godinho que se sente os efeitos da inflação.
Numa loja de comidas ouviu-se que estão "a tentar correr" com comerciantes para fora do mercado, quando ali estão "há 40 anos", o que motivou surpresa entre a comitiva, seguida de um pedido: "Veja lá se olha por nós".
A comitiva seguiu depois até à Heliodoro Salgado, em frente ao polo do Iscte -- Instituto Universitário de Lisboa, onde Ana Mendes Godinho lembrou que a instalação de uma universidade em Sintra é "um passo decisivo", nomeadamente para a afirmação das qualificações dos jovens.
Além do "programa 'Simplex' para as empresas", a candidata propõe a criação de "uma agência de apoio à atividade económica no concelho", com academias de formação especializadas, nomeadamente "dedicada à saúde e à indústria farmacêutica" e a disponibilidade do Instituto Superior Técnico para "lançar um laboratório de materiais na Pardal Monteiro, para um centro de inovação para a construção sustentável, e também uma grande aposta nas competências digitais".
"É um momento decisivo para fazer também da diversidade um fator de inovação e de crescimento e de ter aqui um motor de parceria com a economia para dar o salto que neste momento é possível dar, também fruto dos investimentos estruturais que foram feitos, como por exemplo o Iscte", apontou.
Pedro Siza Vieira destacou que a energia da antiga parceira governamental "é inesgotável", sublinhando que "é muito importante votar nas eleições autárquicas porque, neste momento, ao contrário do que acontecia nos últimos anos, as autarquias locais têm mais competências e mais recursos para responder às necessidades da população".
Atualmente, o executivo, presidido por Basílio Horta, que cumpriu três mandatos e não se pode recandidatar, é composto por cinco eleitos do PS, três do PSD, um do CDS-PP, um da CDU e um independente (ex-Chega).
Concorrem à Câmara de Sintra nas eleições de domingo Ana Mendes Godinho (PS/Livre), Marco Almeida (PSD/IL/PAN), Pedro Ventura (CDU, coligação PCP/PEV), Maurício Rodrigues (CDS-PP/PPM/ADN), Rita Matias (Chega), Tânia Russo (BE) e Júlio Gourgel Ferreira (ND).
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