Distanciando-se da decisão do Governo PSD/CDS-PP de acabar com o conceito de renda acessível e criar o de renda moderada, com valores entre os 400 e os 2.300 euros, o autarca de Lisboa disse, em resposta aos jornalistas, que em Lisboa os limites estabelecidos no Subsídio Municipal ao Arrendamento Acessível (SMAA), que prevê apoios a rendas até 1.550 euros, "não vão mudar".
Segundo as regras do SMAA, em que a Câmara de Lisboa apoia os arrendatários de habitação no mercado privado que tenham uma taxa de esforço igual ou superior a 30%, o valor da renda mensal contratada não pode ser superior a 600 euros para T0, 900 euros para T1, 1.150 euros para T2, 1.375 euros para T3 e 1.550 euros para T4.
"A renda acessível de Carlos Moedas é simples: é 1/3 do salário. Alguém que ganhe 1.000 euros não pode pagar mais do que 300 e pico euros, que é 1/3 daquilo que recebe.", disse, rejeitando a ideia de comparticipar rendas até 2.300 euros/mês.
O autarca do PSD destacou ainda a oferta de habitação municipal, com renda acessível, mas também o arrendamento apoiado, para famílias de baixos rendimentos, em que "pagam cinco euros, 10 euros, 15 euros, 20 euros".
Ao lado da antiga presidente do PSD Manuela Ferreira Leite, que também o apoiou na campanha de 2021, o recandidato a presidente da Câmara de Lisboa pela coligação "Por ti, Lisboa", que junta PSD, CDS-PP e IL, percorreu as ruas de Telheiras no apelo ao voto, sem arriscar pedir maioria absoluta, mas sublinhando que "quem tem mais um voto é presidente da Câmara".
Atualmente, Carlos Moedas governa em minoria, com sete dos 17 membros do executivo.
Também ladeado pelo recandidato a presidente da Junta de Freguesia do Lumiar, Ricardo Mexia, e pela cabeça de lista à Assembleia Municipal, Margarida Mano, Carlos Moedas entrou em vários estabelecimentos de Telheiras, distribuiu canetas e sacos de pano.
Num talho, enquanto se cortava carne, não escapou a ouvir problemas dos munícipes, desta vez sobre buracos.
"Passe ali só a ver o estado em que está aquele largo, aquele largo com buracos enormes e o chão não é arranjado. Depois algumas arvorezinhas que qualquer dia caem", relatou um morador.
Na resposta, o autarca assumiu o compromisso de ir lá ver: "Sabe que eu não estou aqui só em campanha, também estou como presidente da Câmara, portanto estou habituado a ouvir as queixas".
Depois de ouvir palavras de "força" e "boa sorte", o recandidato à presidência da Câmara de Lisboa reforçou, aos jornalistas, que a escolha nas eleições autárquicas de domingo recai entre o seu projeto, iniciado há quatro anos, e que é de "moderação", e a candidatura de Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), que considerou ser de "caos", "retrocesso" e "radicalismo" e que "tem apenas um objetivo: derrubar o presidente da Câmara".
Sem querer fazer da Palestina um tema de campanha, o social-democrata criticou a forma de manifestação de apoiantes pró-palestina, nomeadamente a vandalização do património público, inclusive no museu MUDE e nas praças dos Restauradores e do Rossio, bem como o cerca dos candidatos à Câmara de Lisboa após um debate democrático e a invasão de uma estação de comboios.
"Isso não pode acontecer em Lisboa, isso não está correto e nós não podemos admitir, seja qual for a causa. Tem que haver lei e ordem na cidade", salientou, revelando que, nos últimos dias, a autarquia limpou "mais de 35 grafites que custam milhares de euros a limpar".
Além de Carlos Moedas(PSD/CDS-PP/IL), concorrem à Câmara de Lisboa nas próximas eleições autárquicas Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), João Ferreira (CDU-PCP/PEV), Bruno Mascarenhas (Chega), Ossanda Líber (Nova Direita), José Almeida (Volt), Adelaide Ferreira (ADN), Tomaz Ponce Dentinho (PPM/PTP) e Luís Mendes (RIR).
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