"Os anseios que o Politécnico nos manifestou fazem todo o sentido: a criação de uma universidade garante uma maior oferta formativa, garante uma maior capacidade na captação e na retenção do corpo docente, garante também um maior financiamento" e permite "também dar resposta às várias empresas que aqui estão situadas", explicou Mariana Leitão aos jornalistas.
Em campanha autárquica e antes de uma arruada em Leiria, animada por bombos e marcada pelo tema da mobilidade local, Mariana Leitão esteve reunida com a direção do Politécnico de Leiria, que defende a sua transformação em universidade, no quadro da revisão do Regime jurídico das instituições de Ensino Superior (RGIES), que irá ao parlamento ainda em outubro.
No caso de Leiria, Mariana Leitão defende uma universidade local para um "ecossistema com a autarquia, com os representantes das empresas e com o setor privado", que permita a região ser um "polo de maior atração de investimento"
Este tipo de aspirações devem ser analisadas "caso a caso", afirmou Mariana Leitão, comentando o RGIES.
Para já, no regulamento, "estamos a falar de alterações de designação, mais do que alterações de substância na forma como as organizações estão estabelecidas", mas "o que é necessário nesta matéria é garantir que as estruturas estão adequadas às reais necessidades, quer da população que servem quer do tecido empresarial, quer dos ecossistemas que se querem criar" a par do "estabelecimento de financiamento adequado a estas instituições".
Qualquer mudança deve ser avaliada "caso a caso" e "eu não posso dizer agora que todos os politécnicos têm de se transformar numa universidade. Isso não seria correto da minha parte, porque não conheço a realidade de todos em detalhe", afirmou Mariana Leitão, confrontada com outras reivindicações de outras instituições de ensino de outros distritos.
Na arruada, Mariana Leitão abordou o tema da mobilidade num momento em que o terminal rodoviário deverá mudar de local, expulsando os comerciantes locais que arrendam espaços no complexo atual.
José Fernando é dono de uma loja de roupa para bebés no centro da cidade e vai reforma-se quando o terminal mudar de sítio.
"Já não consigo mais, vamos para casa", desabafou o comerciante a Mariana Leitão, que procurava fugir do barulho dos bombos para falar com pessoas.
Por seu turno, o candidato dos liberais em Leiria, o economista Paulo Ventura critica a falta de opções de transporte público no concelho.
"Continuamos a ter 7.900 pessoas em 59 localidades que não são servidas por transporte público de qualquer espécie" e, num momento, em que Leiria se prepara para receber uma estação de alta velocidade ainda "existem um conjunto de corredores que tem de ser reservados para o metro de superfície", prometido, explicou.
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