Luís Montenegro falava num jantar de apoio ao cabeça de lista autárquico do PSD em Mafra (distrito de Lisboa), José Bizarro, a escolha social-democrata para suceder a Hélder Sousa Silva, que renunciou ao cargo em 2024 para exercer funções como eurodeputado e agora é candidato a Almada.
"É o único candidato do PSD, é o líder de uma candidatura que tem uma cor, tem um símbolo, tem um partido, mas é uma candidatura aberta a acolher todos", frisou, depois de o atual presidente da Câmara, Hugo Luís, se ter candidatado contra José Bizarro como independente.
Desde a saída de Sousa Silva em 2024, a presidência da autarquia foi assumida por Hugo Luís, que no final do ano passado chegou a ser anunciado como cabeça de lista pela concelhia partidária, da qual era então presidente.
No início de julho deste ano, depois de José Bizarro (novo líder da concelhia) ser escolhido como cabeça de lista e de Hugo Luís anunciar uma candidatura independente que o levou a perder a confiança política do PSD, a Câmara de Mafra retirou-lhe competências enquanto presidente.
"Independentes não são aqueles que, estando no partido ou nos partidos, não gostando das decisões dos partidos, se apresentam depois como se fossem extra daquilo que são os partidos políticos", criticou Montenegro, num discurso sobretudo local.
Num jantar perante cerca de mil apoiantes, o também primeiro-ministro repetiu alguns dos objetivos da política do Governo PSD/CDS-PP.
"Queremos e estamos a executar uma política onde as pessoas pagam menos impostos sobre os rendimentos do trabalho [...]. No país, não deixamos aqueles que já estão jovens há mais tempo e que são pensionistas e reformados perderem a capacidade de poder pagar as suas despesas, nomeadamente as suas despesas com saúde", disse.
O líder do PSD e primeiro-ministro defendeu que esta política pode ser seguida a nível nacional, mas também "terra a terra, freguesia a freguesia".
"E precisamos, à frente das Juntas de Freguesia e da Câmara Municipal, de parceiros próximos para continuarmos a desenvolver este projeto", disse.
Como exemplos de parcerias entre administração central e local, apontou a requalificação das escolas ou o aumento da construção de fogos públicos, seja para venda, seja para arrendamento.
"Nós, no Governo, vamos fazer e exigir também que façam ainda mais desforço de simplificação, de combate à burocracia, de facilitar a vida do cidadão, de facilitar a vida do investidor", acrescentou.
Sobre José Bizarro, Montenegro tinha ainda mais um elogio, desta vez físico.
"Eu não sei se é preciso um líder que tenha um sorriso fácil ou que se ria muitas vezes. Eu acho que isso não é o mais importante. O Zé Bizarro disse que se ria pouco, pois eu tenho exatamente o problema contrário, rio-me muito. Estou sempre muito sorridente. Mas devo dizer-vos, não é isso que faz a diferença. O que faz a diferença é a capacidade de tomar as melhores decisões", afirmou.
Antes, o candidato apelou também à unidade do partido.
"Houve mudanças, houve até deserções. É nestes momentos difíceis que se mede a força das pessoas e das equipas. Hoje o PSD mostra que está unido e mobilizado para continuar a servir o concelho de Mafra", disse.
O candidato a presidente da Câmara manifestou-se também disponível para colaborar com o Governo presidido pelo líder do PSD.
"Luís, olha para a frente e mostra-nos o caminho", apelou.
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