"O nosso principal adversário são as falsas promessas. (...) As falsas promessas, as ilusões, a demagogia, a mentira, o ódio. Receamos isso como adversário, mas temos esta equipa extraordinária, esta gente ligada à realidade, à vida e, portanto, estamos muito confiantes", afirmou.
O secretário-geral do PCP falava em declarações aos jornalistas durante uma arruada em Moura, no distrito de Beja, uma vila onde, nas últimas eleições autárquicas, em 2021, a CDU ficou a apenas 90 votos de conseguir conquistar a Câmara Municipal ao PS.
Quatro anos depois, o secretário-geral do PCP manifestou-se convicto de que, nestas eleições autárquicas, a CDU vai conseguir subir "um bocadinho mais" e ultrapassar o PS, confessando que conquistar esta autarquia lhe daria um "gosto especial".
"Sabe porquê? Porque foi interrompido um projeto há oito anos com as consequências que estão à vista: uma implementação de uma gestão autárquica do PS que, ao fim e ao cabo, sem visão, sem estratégia, meteu este concelho num marasmo. Nós precisamos de recuperar isso", defendeu.
Paulo Raimundo disse que a estratégia da CDU para conseguir reconquistar a autarquia é "a ligação às pessoas", salientando que os candidatos da coligação não "apareceram agora".
"Estão cá, no combate político, na ação, na ligação às pessoas. Nós levámos aqui uma boa batalha no concelho -- em vários outros concelhos, mas aqui também -- pela desagregação de freguesias. Quem é que liderou esse processo? Quem é que esteve nesse combate? Foram as populações e a CDU", referiu.
Entre os desafios que identificou nesta vila, Paulo Raimundo destacou o despovoamento, que disse ser "transversal a todo o Alentejo e a todo o interior", defendendo que é necessário uma política autárquica que "ajude a combater esse drama", designadamente "criando incentivos para as pessoas que ficam".
"Ou então temos uma gestão autárquica que passa ao lado desse problema, que foi o que aconteceu neste últimos oito anos, e que não só não combate como agrava esse problema", referiu.
O secretário-geral do PCP esteve acompanhado nesta arruada pelo candidato da CDU à Câmara Municipal de Moura, André Linhas Roxas, que, no final do passeio pelo centro da vila alentejana, disse querer voltar a "dar esperança a todos" no concelho.
"Dar esperança àqueles que olhem para nós agora com desalento, sem acreditar. Nós não queremos isso, queremos esperança, queremos pensar todos que amanhã podemos ter um futuro muito melhor", disse.
O candidato disse que o projeto da CDU para Moura -- onde o Chega ficou em primeiro lugar nas eleições legislativas de 18 de maio -- "dispensa o insulto e promove a valorização das pessoas" e "agrega todos, independentemente da sua opção política no passado".
É "um projeto que não discrimina ninguém nem está refém de ninguém. Um projeto agregador, de convergência, e que está disponível para acolher em vez de dividir", referiu.
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