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João Ferreira "não exclui" ter um pelouro numa câmara de Lisboa PS

O candidato da CDU (PCP/PEV) à Câmara de Lisboa, João Ferreira, não excluiu hoje, "por princípio", um pelouro numa vereação liderada pelo PS, mas reiterou acreditar que a coligação é "determinante" para a derrota política de Carlos Moedas.

João Ferreira "não exclui" ter um pelouro numa câmara de Lisboa PS

© Artur Machado/Global Imagens

Lusa
03/10/2025 16:03 ‧ há 5 dias por Lusa

Política

Autárquicas

"Nunca excluímos. Por princípio, nunca excluímos. A riqueza do poder local é mesmo essa", disse João Ferreira, à margem de uma ação de campanha que começou no Mercado de Arroios.

 

Segundo o candidato comunista, esta é uma conversa que só pode decorrer depois das eleições, mas a CDU "pode ter um [lugar de vereação], pode ter vários, pode não ter nenhum".

"Tudo isso vai depender dos resultados. Quando tivermos resultados, vamos ter essa discussão", salientou, destacando que sente o reconhecimento do trabalho da CDU nas ruas e assegurando que a coligação está empenhada em levar mais longe esse apoio e "ter um papel determinante na contribuição" para a derrota da política de Carlos Moedas, que se recandidata à liderança da Câmara de Lisboa pela coligação PSD/CDS-PP/IL.

Pois, salientou, embora pareça claro que "o PSD e o CDS estão a perder apoio", não é com o PS a "comer votos à CDU que se ganha a Câmara Municipal".

"Se queremos uma mudança em Lisboa, temos que disputar o voto daqueles que há quatro anos deram a sua confiança a Carlos Moedas e hoje sentem defraudada essa confiança", disse, considerando que "um segundo mandato de Moedas, com o PS na oposição a fazer aquilo que não fez nos últimos quatro anos, seria trágico".

Ao quarto dia de campanha, João Ferreira escolheu hoje começar o dia no Mercado de Arroios, onde as queixas dos vendedores se multiplicam.

Por detrás de uma banca de legumes há 50 anos, Rosa queixa-se da falta de clientes, da falta de vendedores, da recolha do lixo que "é uma vergonha" e do estacionamento que é caótico.

Atualmente o mercado tem 17 vendedores e são mais as bancas vazias do que aquelas em que se vende peixe, congelados, legumes e fruta, além dos dois talhos, quando já foram 28 "e estava tudo sempre cheio".

"A razão é que os supermercados são muitos aqui ao pé. Os supermercados têm estacionamento e as pessoas compram lá tudo. Para virem ao mercado têm de pagar estacionamento à EMEL. E têm outro horário", diz a única Rosa do Mercado de Arroios, que só no seu corredor já teve três vendedoras com o mesmo nome.

Na visita, João Ferreira recordou as medidas que a CDU apresentou na Câmara e que levaram a que os mercados municipais paguem este ano menos 30% do que em anos anteriores.

Contudo, os mercados passaram para as juntas de freguesia e, neste momento, a autarquia tem apenas dois: Campo de Ourique e Ribeira, no Cais de Sodré.

"A nossa proposta previa duas coisas: a câmara reduz já [30%] nos seus mercados e vai conversar com as juntas para que as juntas façam o mesmo cenário", explicou João Ferreira, lamentando que a maiorias das juntas não o tenha feito.

Luísa trabalha no mercado de Arroios há 52 anos e ainda se lembra dos comunistas com pelouros na Câmara, mas afiança que "já não há vereadores da CDU como havia naquele tempo".

"Já não há Otávios Patos como havia naquele tempo. Não! Não há, não. Com a mesma força e determinação", diz, lembrando os tempos em que bastava ir ter com o antigo dirigente comunista em Lisboa, "um homem admirável", para ele ir "de braço dado com eles, se fosse preciso", resolver os problemas.

"Não seja tão injusta connosco. [...] Há 17 vereadores. Eu sou um de 17. Nós somos dois da CDU. E não temos pelouros atribuídos. Somos da oposição", justificou o vereador comunista, salientando que a CDU precisa de votos para ter mais força na autarquia, sob o olhar cético de Luísa, que não é "da cor" de João Ferreira, mas até vota CDU para a sua junta de freguesia, mas fora de Lisboa.

Nas eleições autárquicas de 12 de outubro, concorrem à presidência da Câmara de Lisboa: Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL), João Ferreira (CDU-PCP/PEV), Bruno Mascarenhas (Chega), Ossanda Líber (Nova Direita), José Almeida (Volt), Adelaide Ferreira (ADN), Tomaz Ponce Dentinho (PPM/PTP) e Luís Mendes (RIR).

Atualmente, o executivo municipal integra sete eleitos da coligação "Novos Tempos" - PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança, sete eleitos da coligação "Mais Lisboa" - PS/Livre, dois da CDU e um do BE.

Leia Também: Voto necessário é na CDU e não no "menor de dois males"

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