"O Partido Socialista é um partido humanista, é um partido do bem-estar, é um partido do progresso. Que o nome socialista não meta medo na Madeira", afirmou José Luís Carneiro, discursando no Fórum Machico, num comício com os candidatos autárquicos da região às eleições de 12 de outubro.
"Porque eu sei que ainda há quem oiça o nome socialista e entenda que algo vem, uma espécie de papão. Não, confiem, porque temos provas dadas nas condições de vida, na transformação do nosso país, na transformação da nossa sociedade, e foi mesmo pela nossa mão e pela mão dos autarcas do PS que muitas das conquistas do desenvolvimento se realizaram na vida concreta das pessoas", reforçou.
Destacando a habitação como uma prioridade, Carneiro referiu que enviou recentemente uma comunicação ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, apresentando "oito linhas mestras fundamentais para responder à Estratégia Nacional de Habitação", e quis partilhar três delas com as dezenas de militantes e apoiantes presentes na sala.
Em primeiro lugar, e assinalando que "hoje está a colocar-se de novo, em várias regiões do país, a construção de habitações precárias", defendeu que "há capacidade no país, por intermédio da construção modular, de, em 10 a 12 meses, se conseguir construir habitação para mil famílias".
José Luís Carneiro apontou, por outro lado, que o Governo tem de garantir mais financiamento para as estratégias locais de habitação dos municípios, apontando que muitas delas estão subfinanciadas.
"É necessário ainda lançar um plano de construção em que se mobilize todos os motores do Estado", de modo a que as Câmaras possam disponibilizar terrenos e possam ser construídas casas a custos controlados, destacou.
A "terceira ideia", realçou, passa por criar "um 'cluster' da construção industrial para efeitos de habitação", justificando que há atualmente "empresas nacionais que são pioneiras e inovadoras, nomeadamente na construção de habitação modelar", que, no seu entender, será um paradigma que vai "responder às várias necessidades no mundo".
O secretário-geral do PS assegurou que o partido está disponível para "entrar nesse processo de construção industrial" e disse que apresentou estas ideias, pois "estava a vislumbrar que o Governo não tinha capacidade para responder a esta necessidade".
"O Governo, para além de ter entregue as casas que foram preparadas por nós, não mostrou até agora capacidade para responder a esta ideia", criticou.
No início da sua intervenção, de pouco mais de 25 minutos, pediu um minuto de silêncio pelos socialistas lutaram pela liberdade, pela igualdade e pela justiça social e que nos últimos tempos partiram.
Antes do comício, que já começou atrasado, o secretário-geral do PS fez um pequeno percurso, a pé, entre a Câmara de Machico, uma das três da região autónoma que são governadas pelo partido, e o Fórum, acompanhado por uma comitiva de dezenas de pessoas com bandeiras no ar e a gritar as palavras PS.
Ladeado do presidente do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, passou por cafés e falou com alguns munícipes e visitantes, até chegar ao Fórum Machico, para uma sessão onde discursaram, além de si e de Cafôfo, nove candidatos autárquicos.
Antes de entrar no auditório prestou declarações à comunicação social, vincando que "o poder é um serviço público" e os "candidatos do Partido Socialista na Madeira estão especialmente comprometidos com esse primeiro compromisso".
Além disso, José Luís Carneiro assegurou que saúde, habitação, educação, cultura são prioridades dos candidatos.
O líder socialista manifestou também a sua solidariedade para com a perspetiva de criação de uma nova Lei das Finanças Regionais, referindo que o seu partido também quer contribuir.
O secretário-geral apontou ainda que no futuro é necessário reformar o sistema eleitoral para as autarquias.
Para estas autárquicas na região, disse estar confiante que o PS manterá os três municípios aos quais preside (Machico, Ponta do Sol e Porto Moniz) e acredita que "há margem para crescer".
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