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Do 'crime' à higiene, o que os une e separa os candidatos a Lisboa?

Habitação, higiene urbana, transportes e segurança são temas que unem e separam os nove candidatos às eleições para a Câmara de Lisboa, que a RTP juntou num só debate na noite de quinta-feira.

Do 'crime' à higiene, o que os une e separa os candidatos a Lisboa?

© Lusa

Lusa
03/10/2025 06:41 ‧ há 1 dia por Lusa

Política

Autárquicas

Carlos Moedas, atual presidente da câmara e recandidato pela coligação "Por ti, Lisboa" (PSD, CDS-PP e IL), e Alexandra Leitão, candidata pela coligação "Viver Lisboa" (PS, Livre, BE e PAN), concordaram apenas numa coisa ao longo do debate de duas horas: não comentar sondagens.

 

A última, da Universidade Católica para a RTP/Antena 1/Público, voltou a dar-lhes um empate técnico.

Alexandra Leitão confia que os lisboetas não quererão "mais quatro anos de uma cidade mais descuidada, mais degradada, mais suja, com habitação mais cara, com trânsito mais caótico, com menos iluminação pública".

Já Carlos Moedas explicou "a escolha" aos eleitores, entre a obra que reclama ter feito nos últimos quatro anos - que está "a meio" - e a eleição de uma coligação que leva "o BE para dentro do executivo".

Tantas vezes referiu "os sócios" de Alexandra Leitão na coligação, que esta acabou mesmo por lhe dizer: "O senhor engenheiro tem uma obsessão com o Bloco de Esquerda."

Já João Ferreira (CDU, coligação PCP/PEV) recusou "a chantagem" do voto útil, que empurra os eleitores "para o menor de dois males", e reivindicou liderar "a equipa mais experimentada das que se apresentam às eleições".

Sem "qualquer preocupação" com sondagens, Bruno Mascarenhas insistiu que a candidatura do Chega (em 3.º lugar nas intenções de voto, de acordo com a última pesquisa) é contra "o sistema", apresentando uma visão de cidade "alternativa" e de "rutura completa".

Para o Chega, PS ou PSD "é exatamente igual" e o compromisso é aprovar "tudo o que é bom para a cidade".

Moedas responsabilizou a oposição pelo que não conseguiu fazer, ao "bloquear medida a medida", e Ferreira contestou, recordando que o PS aprovou os principais instrumentos de gestão "sem sequer impor condições".

A higiene urbana foi o primeiro tema em debate e logo os nove se dividiram entre descentralizar ainda mais as competências para as juntas de freguesia ou voltar a centralizá-las, como defende Moedas, mas também João Ferreira, que defende uma entidade única, e Adelaide Ferreira (ADN).

Bruno Mascarenhas contesta a "medida peregrina de querer centralizar" a higiene urbana, que sofre de "um problema de gestão e de falta de liderança".

Alexandra Leitão propõe uma maior descentralização de competências na higiene urbana, dando mais recursos humanos e financeiros às juntas de freguesia, e Luís Mendes (RIR) concorda com a divisão de competências e sugere a criação de um conselho de estado local que reúna peritos.

Tomaz Dentinho (PPM/PTP) e José Almeida (Volt) colocaram a tónica em soluções técnicas, baseadas em estudos, com o primeiro a defender que se pague impostos de acordo com o lixo que se gera e o segundo a pedir uma revisão e maior fiscalização da descentralização de competências.

Seguiu-se a crise na habitação e Carlos Moedas voltou a falar nas 2.881 chaves de casas entregues, com Alexandra Leitão a acusá-lo de "misturar chaves com casas novas", comprometendo-se a restringir o alojamento local e a adotar uma moratória a novos hotéis até à revisão do Plano Diretor Municipal.

João Ferreira propõe um "urbanismo com dimensão ética, social, ecológica" e uma "via verde para a produção de habitação fora da lógica especulativa", através da construção em terrenos municipais, da reabilitação de património público, do reforço das cooperativas.

À CDU juntaram-se outros partidos (PPM/PTP e ADN) na proposta de agravamento do IMI para as 48 mil casas devolutas da cidade.

José Almeida defende "habitação pública para qualquer estrato social", enquanto Ossanda Líber (Nova Direita) considera que a classe média também precisa de apoio, propondo casas com modelos de construção padronizados, "céleres e amigos do ambiente".

Os transportes também dividiram os candidatos, ainda que uma maioria concorde com a criação de mais faixas bus.

Já o favorecimento da bicicleta não gera tanto apoio. Contra tuk-tuk e ciclovias, Adelaide Ferreira realça que "ainda ninguém conseguiu resolver os problemas estruturantes da cidade".

Ainda houve tempo, embora menos, para falar de segurança, provavelmente o tema que mais os aparta, desde logo no que diz respeito à videovigilância.

Entre a cidade insegura que o Chega, a Nova Direita e o ADN sentem e a cidade que apenas precisa de reforço do policiamento de proximidade e de mais e melhor iluminação, o atual autarca nota que Lisboa "é segura, mas alguns crimes aumentaram", reclamando mais agentes da PSP e polícias municipais.

Os partidos sem assento nos órgãos municipais partilham críticas à alternância PSD-PS, partidos "distantes do cidadão comum", apontou José Almeida, e preocupados em "governar para os unicórnios", salientou Luís Mendes (RIR), que prefere construir "um lar em cada freguesia".

Oferecem "sangue novo, novas ideias, sem vícios, sem esquemas" (Ossanda Líber) e reclamam querer "dar voz" aos lisboetas, com Adelaide Ferreira a apelar, no final do debate, a que, ganhe quem ganhar, "se entendam em prol da cidade".

O debate, realizado no MUDE -- Museu do Design e que terminou pela meia-noite, foi continuamente acompanhado por um protesto sonoro de manifestantes solidários com os elementos da flotilha que se dirige para Gaza e que foram detidos por Israel.

Cerca das 01:00, os candidatos ainda não tinham abandonado o edifício devido à presença dos manifestantes no exterior.

Leia Também: Carneiro convida Montenegro a ir ver barracas em Viseu, liderado por PSD

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