Paulo Raimundo participou esta tarde num comício na freguesia de Quinta do Conde, em Sesimbra, uma câmara presidida quase ininterruptamente por coligações lideradas pelo PCP desde o 25 de Abril, mas onde, nas últimas legislativas, o Chega ficou em primeiro lugar destacado, com 31% dos votos -- a CDU ficou em sexto, com 5%.
Perante algumas dezenas de militantes, Paulo Raimundo considerou que, nesta campanha, tem havido "muita mentira, muita demagogia, muito contrabando e até, muitas vezes, demasiados ataques pessoais" que visam a coligação.
"Mas toda esta mentira, toda esta demagogia, todos estes ataques pessoais, todo este ódio, que muitas vezes transparece, esbarra na obra feita, esbarra na ligação da Câmara Municipal ao movimento associativo, às coletividades, às populações", afirmou.
Paulo Raimundo considerou que esses ataques esbarram sobretudo "no sentimento das populações" que sentem que "são construtores e protagonistas também da obra" que a CDU está a realizar em Sesimbra.
"E podemos dizer que a má língua fica e vai ficar presa nos dentes face às opções concretas, ao que está feito, ao que está em andamento, ao que está projetado e que vamos mesmo, é que vamos mesmo, concretizar, porque vamos voltar a ganhar a Câmara Municipal de Sesimbra, vamos reforçar os votos aqui no concelho", afirmou Paulo Raimundo.
O secretário-geral do PCP disse saber, por "experiência própria", que o escrutínio a que a CDU é sujeita "não é o mesmo que é com os outros".
"O povo a nós não nos perdoa erros. Ainda bem. O povo a nós não nos perdoa escorregadelas. Ainda bem. E o povo a nós não nos perdoa vender o território, que é de todos, parcelado, às peças, aos grandes interesses. Pois aqui podemos continuar a dizer, de rosto erguido: aqui não há escorregadelas, não há o concelho fatiado para vender aos grandes interesses", assegurou.
Paulo Raimundo disse saber "quanto é apetecível o concelho de Sesimbra", mas frisou que, do que de depender da CDU, "Sesimbra e a Quinta do Conde continuarão a estar nas mãos do povo e apenas ao serviço do povo e de mais nenhum interesse, seja ele qual for, tenha ele a força que tiver".
Depois, o secretário-geral do PCP referiu-se a uma pergunta que lhe foi feita esta manhã por um jornalista, durante uma iniciativa em Viana do Alentejo, sobre se o objetivo da CDU era "segurar" aquela autarquia alentejana nas eleições autárquicas.
"Nós aqui em Sesimbra, nós aqui na Quinta do Conde, nós não estamos cá para aguentar nada. Nós estamos cá para crescer, para continuar a desenvolver esta obra, para fazer o que é preciso fazer para responder às necessidades das populações. E não aguentamos. Estamos aqui para crescer com as populações", afirmou, recebendo um aplauso das algumas dezenas de pessoas que assistiam ao comício numa praça de Quinta do Conde.
Antes de Paulo Raimundo, o atual presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Francisco Jesus, que se recandidata ao cargo, frisou que se está a pouco mais de uma semana das eleições autárquicas e este não é o "momento de discutir com os outros o que é que os outros prometem e o que é que não prometem", mas antes de "apelar ao voto".
Elencando um conjunto de prioridades da CDU para o próximo mandato, designadamente construir uma nova escola do segundo ao sexto ciclo ou reduzir o valor do passe metropolitano para 30 euros, Francisco Jesus apelou ao "voto útil".
"Hoje, se queremos garantir que se mantêm autarquias democráticas no âmbito dos valores de Abril, com aquilo que nós conhecemos da desinformação, do ódio, é preciso que o voto útil também seja naqueles que defendem os valores de Abril. E o voto útil é na CDU", disse.
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