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Carneiro acusa Governo de "oportunismo político" com lei dos estrangeiros

O líder socialista acusou hoje o Governo de "oportunismo político" no agendamento da nova lei dos estrangeiros para o período das autárquicas, considerando que aquilo que "faz fortes os partidos" são prioridades certas como diz serem as do PS.

Carneiro acusa Governo de "oportunismo político" com lei dos estrangeiros

© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
01/10/2025 09:29 ‧ há 2 dias por Lusa

A bordo de um comboio entre Sintra e Lisboa, uma viagem que fez de madrugada no segundo dia oficial de campanha para as eleições autárquicas, José Luís Carneiro foi questionado pelos jornalistas sobre o facto de a nova lei dos estrangeiros ter sido aprovada em acordo do PSD com Chega e deixando de fora o PS.

 

"Do meu ponto de vista, houve um oportunismo político na forma como o Governo agendou esse tema para a altura das eleições autárquicas, ou seja, quis precisamente que acontecesse aquilo que o senhor está a fazer", respondeu.

Questionado sobre se a forma como este dossiê culminou não resulta numa fraqueza para o PS em período eleitoral, o líder socialista respondeu que "o que faz forte os partidos é terem as prioridades certas" e que "o PS está com as prioridades certas".

"Muitas das vezes criam-se, digamos, estratagemas para instrumentalizar as pessoas para aquilo que não é a questão central", criticou.

Segundo Carneiro, o PS tem nas suas prioridades os direitos laborais, a valorização das políticas de habitação, de saúde, dos salários e dos rendimentos das pessoas.

O secretário-geral do PS insistiu que "todos os inquéritos de opinião" apontam como as principais preocupações das pessoas a habitação, a saúde, os rendimentos, os transportes e a mobilidade e a qualidade de espaço e o sentimento de segurança.

José Luís Carneiro foi ainda questionado sobre como interpretava o crescimento do Chega e as sondagens que colocam o partido de André Ventura a disputar muitas câmaras.

"Há hoje um movimento global como se tem vindo a assistir no Brasil, nos Estados Unidos, em Espanha, na Alemanha, em França. E, naturalmente, Portugal não está imune a essa estufa onde estão a medrar ventos de ódio, de discórdia, de conflitualidade, de individualismo atroz, que atenta contra valores de vida em comunidade", defendeu.

O líder do PS criticou o facto de os políticos, muitas vezes, "quererem esconder-se nas suas muralhas" e não prestar contas aos cidadãos das suas opções de política. 

"É isso que, por exemplo, se tem notado aqui muito em Lisboa em relação àquilo que é uma cultura democrática. Por exemplo, é inaceitável que apareça um primeiro-ministro a dizer que crescem mais as barracas nos municípios que são socialistas ou que são comunistas. É uma afirmação para já infundada", condenou. 

Segundo Carneiro, declarações como esta de Montenegro criam "marcas e clivagens desnecessárias".

"Eu ontem perguntei ao primeiro-ministro, e espero que ele hoje possa responder a essa pergunta, se tem consciência que, por exemplo, nos terrenos do IRHU, em Almada, que são terrenos do Estado, são 800 habitações ilegais e desde que este Governo chegou às suas responsabilidades governativas que a presidente da Câmara Municipal da Almada enviou comunicações formais para o Governo, nomeadamente para o ministro das Infraestruturas, e até hoje não teve qualquer resposta", disse.

A Assembleia da República aprovou na terça-feira a nova versão da lei de estrangeiros com os votos favoráveis do PSD, CDS-PP, Chega, IL e JPP, e votos contra do PS, Livre, PCP, BE e PAN.

A nova versão do decreto que aprova o regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional, que tinha sido chumbado pelo Tribunal Constitucional em agosto passado, foi aprovada em votação final global depois de votadas, na especialidade, todas as alterações propostas pelos partidos.

Na votação na especialidade, foram aprovadas todas as alterações propostas pela coligação que apoia o Governo (PSD e CDS-PP), à exceção das que foram retiradas, bem como uma proposta do PS e três do Chega.

Leia Também: Carneiro acusa Governo de "andar para trás" nos direitos laborais

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