"Não pode haver obras na cidade nas costas da câmara municipal. Eu garanto que comigo a presidente de Câmara isso nunca acontecerá", disse hoje Pedro Duarte aos jornalistas, referindo-se ao avanço das obras da segunda fase do metrobus.
Questionado pelo facto de a Câmara ter tido conhecimento do seu avanço, como foi hoje noticiado pela Lusa, Pedro Duarte precisou que ficou "em certo sentido surpreendido".
"Os portuenses viram árvores a serem derrubadas daquela forma absolutamente inqualificável, e percebemos que os responsáveis camarários nada disseram e nada fizeram, nomeadamente os responsáveis que têm a área do Ambiente, [o] torna isso ainda mais chocante", disse.
Filipe Araújo, candidato à presidência da Câmara do Porto pelo movimento independente Fazer à Porto, é o atual vice-presidente da autarquia e o responsável pelo pelouro do Ambiente e Transição Climática.
"Quando vemos árvores a serem derrubadas daquela maneira, eu tenho de achar que quem tem a responsabilidade do Ambiente tem que pôr o pé na porta, como se costuma dizer, tem que fazer alguma coisa. Não sei se foi por distração ou por ter, hoje em dia, outras prioridades na sua vida", atirou Pedro Duarte a Filipe Araújo.
Para Pedro Duarte, o seu adversário "se calhar só se distraiu, mas é uma distração com consequências muito complexas para a vida da cidade".
Já questionado sobre o facto de o próximo presidente da Metro do Porto, Emídio Gomes, ser seu apoiante e até ter participado numa marcha promovida pela sua candidatura precisamente contra o abate de árvores e a favor da manutenção da ciclovia junto ao Parque da Cidade, Pedro Duarte disse esperar que "ajude a cidade".
"Não é esperar que o novo presidente da Metro me ajude a mim, é que ajude a cidade. Às vezes ajudar basta ter bom senso, sentido de responsabilidade. Acho que o bom senso nos leva a concluir que, nesta altura, é preciso parar para repensar aquele projeto", referiu.
Admitiu ainda que "tem falado muito com Emídio Gomes" sobre o processo do metrobus, "antes até dele próprio eventualmente sonhar que iria ser presidente da Metro", sendo uma das pessoas com quem admite aconselhar-se "do ponto de vista técnico".
"Formalmente ele terá que tomar posse", algo que acontece já na quarta-feira, "e a partir daí a conversa será diferente, em termos mais formais", antecipando que a empresa Metro do Porto olhe "para os interesses da cidade, por um lado, e em segundo lugar tem de dialogar com a Câmara Municipal do Porto".
Concorrem à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU - coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro - coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto - independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).
O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.
As eleições autárquicas realizam-se a 12 de outubro.
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