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Imigração? "Se calhar a emoção vence, mas eu jogo com lógica"

Questionado sobre a sua queda numa das várias sondagens que têm sido publicadas em relação ao voto dos portugueses para as eleições presidenciais, Gouveia e Melo desvalorizou os resultados, afirmando que não passa de um "mito".

Imigração? "Se calhar a emoção vence, mas eu jogo com lógica"

© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images

Carolina Pereira Soares
29/09/2025 23:19 ‧ há 1 semana por Carolina Pereira Soares

O candidato à Presidência da República Henrique Gouveia e Melo admitiu esta segunda-feira já ter lido a nova versão da lei dos Estrangeiros, que é discutida na terça-feira, dia 30 de setembro, na Assembleia da República.

 

Questionado se acha que resolve os problemas de inconstitucionalidade apontados pelo Tribunal Constitucional, o almirante responde: "não", acrescentando depois que "dizem os técnicos que os problemas não estão todos resolvidos".

O ex-chefe de Estado Maior da Armada defende que, numa primeira fase, o país se deveria focar na "regulação das entradas" em Portugal.

"Que entradas é que nos interessam, que tipo de pessoas é que são necessárias para a nossa economia, quais são os problemas que vamos ter a seguir de integração, como é que vamos ou não crescer com essas pessoas ou vamos criar um problema", elencou como questões que deveriam ser respondidas nesta fase inicial, defendendo que Portugal precisa de imigração, mas que tem de ser seletivo nas entradas.

E deixa ainda o aviso: "Não podemos usar a imigração para embaratecer a mão-de-obra portuguesa porque isso seria péssimo para a própria economia. Devemos usar imigrantes para multiplicar a economia portuguesa".

Quanto ao uso deste tema em futuros debates para as presidenciais, nomeadamente por parte de André Ventura, que tende a ser bastante polémico quanto à imigração, o almirante afirma que vai jogar com "lógica".

"Pode haver essa tentativa de jogar com a emoção das pessoas. Eu jogo com a razão das pessoas. Se calhar a emoção vence a razão, mas eu jogo com lógica. Concretizar coisas e não desenhar coisas ou destruir coisas que depois são impossíveis de realizar", afirmou. 

"A imigração é importante, tem de ser regulada, mas tem de ser integrada para evitar micro sociedades dentro da nossa sociedade que, não integrando a nossa sociedade, acabam por poder destruir ou criar problemas à nossa própria sociedade. Mas isso e lógica. Outra coisa é dizer: 'todos os imigrantes são maus e os imigrantes têm de se ir todos embora'. Isso não é lógica. Isso é emoção", apontou Gouveia e Melo, caraterizando estas afirmações emocionais como "discurso de ódio".

"Se vamos falar das emoções, nós vamos perder. Portugal vai empobrecer: não vai conseguir pagar pensões no futuro, vamos ter uma economia muito débil e vamos ter problemas de crescimento", realçou o candidato.

Queda nas sondagens foi um "mito"

Numa outra fase da entrevista, Gouveia e Melo considerou que os portugueses "querem a verdade", comprometendo-se a dizer sempre a verdade a Portugal.

"Acredito que a população portuguesa quer a verdade", afirmou o almirante em entrevista à CNN. "Está farta de políticos sinuosos que não dizem a verdade e que escondem a realidade. Eu não escondo a verdade e digo a realidade. Essa é a minha posição, quer agrade ou não aos portugueses", atirou.

Questionado sobre a sua queda numa das várias sondagens que têm sido publicadas em relação ao voto dos portugueses para as eleições presidenciais, Gouveia e Melo desvalorizou os resultados, realçando que o barómetro referido inquiria apenas cerca de 350 pessoas - sendo a conclusão que daqui foi retirada pouco significativa.

"Essa queda nas sondagens é um mito que foi propagado através de uma sondagem de 350 pessoas. Esse mito multiplicou-se pela televisão e pelos analistas que têm esse desejo - que têm esse desejo de que eu realmente tenha uma queda nas sondagens, mas é mais um desejo do que uma realidade", garantiu, acrescentando que "uma sondagem logo a seguir com 2 mil respostas não dava essa queda".

"Houve uma tentativa de provocar um efeito - e conseguiu efetivamente. Tenho de tirar o chapéu ao estrategista que concebeu esse efeito, mas eu não estou preocupado porque a verdadeira sondagem é no dia 18 de janeiro de 2026", concluiu.

Gouveia e Melo terminou a entrevista dizendo: "Eu apresento as minhas propostas, sou leal, sou transparente e digo ao que venho. Se os portugueses acharem que mereço essa confiança estarei cá para ajudar os portugueses. Senão também farei outras coisas na vida".

Leia Também: Livre quer reagrupamento familiar sem prazos mínimos de residência

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