Em declarações à Lusa à margem de uma visita à Festa do Outono, nos Jardins de Serralves, o candidato socialista referiu "haver soluções em várias cidades do mundo que fazem com que os habitantes dessas cidades tenham acesso diário, gratuito, nas últimas duas horas de cada dia".
"Há outras soluções possíveis. Vamos fazer esse diálogo com a Fundação de Serralves. Nós, o que queremos é que os portuenses possam usufruir mais deste espaço", disse.
Continuando a falar de Cultura, Manuel Pizarro reconheceu que "houve grandes sucessos neste ciclo político em matéria cultural", dando como exemplo a reabertura do [Teatro Municipal do Porto] Rivoli, a reabertura do Batalha [Centro de Cinema], a reprogramação da Galeria Municipal e a Feira do Livro nos Jardins do Palácio".
"Mas também achamos que é preciso fazer mais e talvez mudar um bocadinho a orientação", sublinhou o cabeça de lista do PS, para quem é preciso "reduzir a programação de origem municipal e aumentar o apoio à comunidade artística, no sentido de haver uma forma mais livre e mais criativa de interpretar a cultura portuense".
Questionado de que forma é que esse apoio à comunidade artística pode acontecer, Manuel Pizarro respondeu que pode "ser de formas múltiplas", mas que "a maior urgência hoje é de equipamentos e de espaços para a criação e para a exibição de espetáculos".
"É a maior dificuldade, porque o mercado imobiliário não tem só impacto na habitação, também tem impacto no aluguer de outros espaços que possam servir às companhias, aos criadores, para fazerem as suas criações e para as exibirem. Nós queremos desenvolver uma rede de infraestruturas culturais e equipamentos culturais no Porto, para que possa estender-se às chamadas periferias", revelou.
E prosseguiu: "apoiaremos a requalificação do Cineteatro de Vale Formoso, a devolução do Teatro da Vilarinha ao uso público - estamos até muito preocupados com o anúncio da sua eventual concessão a um grupo privado a dias das eleições autárquicas -, a requalificação da Escola 85 no Passeio Alegre para a transformação num centro cultural e vários outros espaços em relação aos quais nós teremos projetos próprios".
A terminar, o candidato manifestou a vontade de criar o Campus Manuela de Melo, juntando-o ao já existente Campus Paulo Cunha e Silva, como homenagem aos dois antigos vereadores da Câmara do Porto e para ampliar a capacidade de resposta cultural, dado o segundo estar sempre sobreocupado.
Concorrem à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU - coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro - coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto - independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).
O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.
As eleições autárquicas realizam-se a 12 de outubro.
Leia Também: Pizarro quer crianças do Porto com formação em Suporte Básico de Vida