"O que nós precisamos, de facto, é de aumentar as pensões, não é de bónus pontuais que as pessoas nem sequer sabem quando é que vêm e depois são anunciados em alturas em que dá muito jeito de anunciar ao primeiro-ministro", criticou Isabel Mendes Lopes, à margem de uma ação de pré-campanha em Rio Maior, distrito de Santarém, município no qual o Livre se candidata pela primeira vez numa lista encabeçada por Luís Caetano.
Na ótica da líder parlamentar do Livre, o que é necessário é "um aumento estruturado", que "aconteça todos os meses".
Isabel Mendes Lopes insistiu na importância de aprovar no parlamento "um compromisso de equidade e investimento", onde se defina previamente onde alocar o excedente orçamental.
"Isso não deve ser deixado nas mãos do Governo para anunciar quando dá jeito, deve ser algo pensado, estruturado, o que é que vai para pagamento de dívida, o que é que vai para apoios sociais. E isso é uma discussão que deve ser feita com todos os partidos, de forma alargada, mas não é o que o Governo tem feito", acusou.
A deputada vê o anúncio do primeiro-ministro como "mais um anúncio", ao invés de apresentar "políticas de consolidação e mais estruturais que permitam a todas as pessoas saber com o que é que podem contar ao fim de todos os meses".
No sábado, o primeiro-ministro prometeu que no próximo Orçamento do Estado haverá novo aumento do Complemento Solidário para Idosos (CSI) e, caso exista folga, voltar a dar "a meio do ano" um suplemento às pensões mais baixas.
Isabel Mendes Lopes foi ainda questionada sobre o facto de um bebé ter nascido numa ambulância a caminho do Hospital de Almada, sendo o 14.º parto a que os bombeiros da Moita dão assistência nestas condições durante este ano.
"É absolutamente dramática a forma como a gravidez e o parto estão a ser encarados por parte do Ministério da Saúde, e é uma desumanização", lamentou a porta-voz do partido, que divide o cargo com Rui Tavares.
Isabel Mendes Lopes salientou que quando uma mulher grávida não sabe "que hospitais vão estar abertos ou não, se as urgências vão estar abertas ou não", ou que cuidado terá, "tudo isto é não ter consideração por aqueles bebés, por aquelas famílias, por aquelas mães".
A também líder parlamentar acusou a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, de não ter vontade de resolver o problema, e considerou necessário falar deste tema todos os dias, incluindo na campanha autárquica.
As eleições autárquicas estão marcadas para o próximo dia 12 de outubro.
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