Na última paragem no Alentejo após dois dias dedicados à região, o secretário-geral do PCP esteve esta tarde num almoço comício em Cuba, no distrito de Beja, uma localidade que a CDU governa interruptamente desde 2013.
Perante algumas centenas de militantes, Paulo Raimundo frisou que a "grande dor de cabeça" dos adversários da CDU no concelho é que, "ao contrário daquilo que são as suas práticas" e "para além da [sua] maledicência e calúnia", a coligação conseguiu fazer obra.
"Por muito que seja a mentira, por muito que seja a demagogia -- em alguns casos até a roçar o ódio --, por muito que seja o boicote até do ponto de vista governamental, em Cuba a obra está à vista", frisou, acrescentando que, com a CDU, "não há estagnação, há mesmo vontade de construir, de continuar a avançar".
"Aqui ninguém está a precaver o seu futuro. Aqui estamos só, e só, ao serviço deste povo, que merece todo o esforço, todo o empenho das nossas gentes, dos nossos candidatos", referiu.
Procurando demarcar-se das restantes candidaturas em Cuba, Paulo Raimundo defendeu que a CDU tem "um projeto diferente" do das restantes forças políticas, porque se destina "às populações, aos mais idosos, às crianças, aos mais desfavorecidos, à juventude".
"O nosso projeto é um projeto diferente no conteúdo, mas também é um projeto diferente na forma. É que aquilo que nós fizemos nestes 12 anos não foi apenas realizar uma obra incomparável, foi também colocar a população a ser construtora e protagonista dessa obra que construímos que só foi possível construir com as populações", referiu.
A CDU detém atualmente a gestão de 19 câmaras municipais, sendo que, em 11 delas, os atuais presidentes não se podem recandidatar, por terem atingido o limite de três mandatos consecutivos.
Cuba é uma dessas localidades: o atual presidente da câmara, João Português, não se pode recandidatar ao cargo -- e candidata-se, este ano, à câmara de Ferreira do Alentejo --, sendo substituído como cabeça de lista pelo atual presidente da Assembleia Municipal de Cuba, João Duarte Palma.
Num discurso neste comício, João Duarte Palma frisou que a campanha autárquica em Cuba tem sido marcada por "muita desinformação", mas avisou que "não é com a maledicência que se tem feito nos últimos tempos" ou "dividindo o concelho de Cuba", que o município vai avançar.
"Agimos com serenidade [perante a desinformação] porque o trabalho está à vista", frisou, acusando os adversários da CDU de estarem a tentar "jogar abaixo" o trabalho que tem sido feito pela coligação.
"Mas temos tido umas respostas, um acompanhamento das pessoas nas ruas, que nos vão desmontando aquilo que tem sido dito e as próprias pessoas fazem isso naturalmente, porque os argumentos que têm sido utilizados por outras candidaturas são argumentos que já estão estafados, batidos, e que as pessoas acabam por naturalmente ter os olhos abertos e estão despertas para isso", afirmou.
O atual executivo camarário em Cuba é composto por três eleitos da CDU e dois do PS.
Há quatro candidaturas ao município de Cuba nas eleições autárquicas deste ano: além de João Duarte Palma, da CDU, concorre o ex-autarca do PS Francisco Orelha (que presidiu à autarquia entre 1997 e 2013), o deputado do Chega Pedro Pessanha e Lígia Araújo, do PSD.
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