"Hoje fomos confrontados com mais uma notícia que não nos admira, que é mais um aumento do custo da habitação. É caso para dizer que as opções do Governo estão, de facto, a surgir o efeito esperado pelo Governo, que é o aumento do preço das casas, o aumento do negócio da banca e o aumento do negócio dos fundos imobiliários", disse.
Paulo Raimundo falava numa sessão pública da CDU no Seixal, no distrito de Setúbal, na qual participaram ex, atuais e candidatos autárquicos da coligação CDU-PEV aos municípios da Área Metropolitana de Lisboa.
O índice de preços da habitação aumentou 17,2% no segundo trimestre, acelerando 0,9 pontos percentuais face aos três meses anteriores, tendo sido transacionados mais de 10.000 milhões de euros, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo o INE, os preços das casas existentes subiram 18,3% e das habitações novas 14,5% entre abril e junho.
Face aos três meses anteriores, o Índice de Preços da Habitação (IPHab) aumentou 4,7%, contra 4,8% no trimestre precedente, tendo as casas existentes tido um aumento de 5,1% e as habitações novas uma subida de 3,8%.
Paulo Raimundo acusou o Governo de apostar no negócio ao decidir no último Conselho de Ministros "acrescentar mais benesses à banca e aos fundos imobiliários, com a venda ao desbarato do património público e a criação de PPPs para a habitação".
"Tudo, tudo, tudo é negócio e o drama da habitação que enfrentamos no país e, de forma particular, na área metropolitana, não se enfrenta dando mais benesses àqueles que vivem à custa do negócio, à custa da vida de exploração. Resolve-se com o papel central do Estado para promover a habitação pública nas várias vertentes como temos sublinhado. E é isso que é preciso romper", frisou.
O secretário-geral do PCP defendeu que é preciso romper "com o constante desinvestimento do Estado na área da habitação e com a lógica de canalizar para o capital financeiro tudo aquilo que dá lucro, deixando para as autarquias ou para o setor social o que não tem retorno financeiro".
Se tem havido intervenção na habitação, frisou, tem sido pelas autarquias.
Paulo Raimundo disse ainda que as eleições autárquicas e os seus resultados não resolverão os problemas estruturais do país, mas considera que "não é indiferente para a resposta que se impõe para os mais idosos, para as crianças e para os mais desfavorecidos, os resultados da CDU".
"Cada passo adiante da CDU é um passo na vida dos trabalhadores, das populações e da juventude, é um passo que se dá no sentido correto na área metropolitana de Lisboa. E é também com este sentimento de responsabilidade sobre a vida de quem cá vive e trabalha na área metropolitana que aqui estamos, prontos para cumprir com os compromissos que aqui hoje assumimos", frisou.
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