"Vamo-nos meter no negócio do comboio, mas não é apenas para conservar estações. Eu sei que a Câmara de Cascais, a Câmara de Oeiras, com Lisboa, estão a ponderar, aproveitar a oportunidade que o Governo constituiu de concessionar, de abrir à concessão as linhas ferroviárias. Nós vamos avaliar isso", afirmou Marco Almeida.
O cabeça de lista do PSD/IL/PAN nas eleições de outubro, que falava na apresentação da candidatura à autarquia sintrense, no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra, acrescentou que não sabe ainda "quanto é que custa" essa participação na exploração ferroviária da Linha de Sintra, mas sem "prometer nada" reiterou que irá "avaliar" a possibilidade.
"Porque os transportes públicos são a coluna vertebral para a mobilidade, como o estacionamento é essencial", considerou.
Na sua intervenção, perante o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, o candidato à assembleia municipal, Fernando Seara, a mandatária da candidatura, Manuela Ferreira Leite, e o presidente da autarquia de Oeiras, Isaltino Morais, prometeu ainda "construir 10 silos automóveis", nomeadamente no Casal do Cotão, São Marcos, Monte Abraão e Algueirão.
"Vamos mesmo fazer os silos automóveis. Sabem porquê? Porque não é possível ser de outra maneira. Não há espaço para pôr os carros e ninguém vai acreditar que as pessoas vão vender os carros para andar só de transportes públicos", considerou.
Na área da saúde, Marco Almeida criticou o atual executivo por construir equipamentos e, sem exigir a colocação de médicos, empurrar "para o Governo a gestão".
"Por isso é que nós vamos aceitar a delegação de competência na área da saúde, porque eu vou meter a mão na saúde", assegurou, lamentando que a câmara ainda não tenha nomeado o "administrador que tem, na Unidade Local de Saúde Amadora-Sintra", não remunerado, "para estar presente nas reuniões e para poder fazer ouvir-se os problemas de Sintra".
Para o antigo vice-presidente da câmara, a situação é uma "bandalheira total do compromisso político", proclamando que "os sintrenses foram deixados à sua sorte" e que irá "tratar da saúde, passando a interferir".
"Temos um problema grave na área da saúde, temos 150 mil pessoas que não tem médico de família", salientou, anunciando que estão a quantificar e preparar a proposta, mas vão "apresentar um plano de saúde que será entregue a todos os sintrenses que não têm médico de família, enquanto não se resolver o problema dos médicos" no Serviço Nacional de Saúde.
"Ninguém ficará sem médico de família", prometeu.
O candidato criticou a falta de limpeza no concelho e garantiu investir na segurança, pois "já não há uma família a passear depois das oito da noite na zona urbana do concelho".
E assegurou que, consigo, "a A16 [autoestrada 16] não será gratuita", aconselhando a candidata do PS, Ana Mendes Godinho, que propõe isentar moradores, trabalhadores e empresas do concelho, a ligar ao secretário-geral socialista e dizer-lhe para apresentar "uma proposta na Assembleia da República para a isenção das portagens".
"Eles que se entendam, o Hugo Soares, no parlamento, mais o Governo, mais os partidos. Nós não vamos gastar 25 milhões de euros para suportar portagens", referiu, propondo em alternativa a aplicação desse montante na construção da Circular Poente ao Cacém e para "reforçar os horários e os circuitos da Carris Metropolitana".
Na sessão, Marco Almeida admitiu que Isaltino Morais "é um farol" para si, pela "visão de qualidade" que imprimiu ao concelho de Oeiras, e que mesmo sem o apoio do PSD, IL e PAN voltaria "à luta" sozinho, porque gosta de Sintra.
O presidente da autarquia vizinha também não poupou nos elogios a Marco Almeida, que "reúne condições únicas para ser o próximo presidente da câmara", num "concelho único", pela "sua história e cultura, pela sua dimensão territorial, por ser o segundo mais populoso do país".
"Por ser vosso vizinho, acredito nas relações intermunicipais, porque estas são geradores de riqueza, são geradoras de emprego e são fundamentais para a qualidade de vida dos municípios", afirmou Isaltino Morais, que se recandidata em Oeiras como independente, mas com o apoio do PSD.
Para o autarca, Sintra tem tudo para se "assumir como referência do século XXI", mas nos últimos 12 anos, de gestão socialista, "marcou passo" e "não avançou" de "forma a criar condições para que as pessoas se sintam valorizadas e sejam capazes de se sentir à vontade na sua rua, no seu bairro".
Em 12 de outubro, concorrem à Câmara de Sintra Ana Mendes Godinho (PS/Livre), Marco Almeida (PSD/IL/PAN), Pedro Ventura (CDU, coligação PCP/PEV), Maurício Rodrigues (CDS-PP/PPM/ADN), Rita Matias (Chega), Tânia Russo (BE) e Júlio Gourgel Ferreira (ND).
O executivo, presidido por Basílio Horta, que cumpriu três mandatos e não se pode recandidatar, é composto por cinco eleitos do PS, três do PSD, um do CDS-PP, um da CDU e um independente (ex-Chega).
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