Ao fim de dois anos de polémica, Sérgio Porfírio, administrador da Tecnoforma, deu uma entrevista ao Expresso onde falou sobre Passos Coelho e Fernando Madeira, antigo dono da empresa.
Foi Sérgio Porfírio quem contratou Passos Coelho em 2001, como consultor, com uma remuneração mensal de 3.150 euros. A razão? “Fez o trabalho que devia fazer. E bem”. No entanto, sobre os cinco anos em que o atual primeiro-ministro foi presidente do Centro Português para a Cooperação (CPPC), Sérgio Porfírio refere um único projeto – a Pedreira dos Húngaros.
O Expresso realça que esta entrevista é dada na mesma semana e sala em que a Tecnoforma deu a sua primeira conferência de imprensa, onde pôs fim a este período de ‘silêncio’. Embora não responda a todas as questões, o administrador falou sobre a relação de Passos com a Tecnoforma e com o CPPC.
Sobre a escolha de Passos para presidir ao CPPC, uma organização não governamental (ONG) que tinha como mecenas a Tecnoforma, Sérgio Porfírio realça que os projetos que interessavam ao centro beneficiariam do facto de terem rostos políticos, a bem da credibilidade. “Numa ONG tem de haver personalidades com relevância”, diz Sérgio Porfírio. Passos Coelho estava “na hora certa no lugar certo” para presidir ao centro.
O administrador da Tecnoforma confirmou que Passos Coelho recebeu cheques mas corroborou a ideia de que se tratavam de reembolsos de despesas: “é impossível ele [Passos Coelho] ter recebido milhões”. Ainda assim, diz que não pode “ir ao pormenor do valor”.