Terminamos por aqui o acompanhamento AO MINUTO sobre o debate entre os quatro candidatos à Câmara Municipal de Lisboa.

O candidato da CDU afirmou que é preciso "reforçar as condições de pedonalização", assim como criar zonas seguras para crianças usando o argumento de que "se for mais seguro para as crianças vai ser mais seguro para toda a gente".

Quando aos transportes públicos, João Ferreira disse que quer "duplicar o orçamento anual" da Carris, uma proposta que tem o "custo de 100 milhões de euros, menos de metade do que se gastou na devolução do IRS" o ano passado".

No que toca à higiene urbana, considerou que "há problemas de fundo", mas "que não passam por clarificar competências" - uma das propostas mencionadas por Alexandra Leitão para resolver o problema.

João Ferreira afirmou que há "desarticulação entre câmara e freguesias" e que, por isso, é necessário "reequacionar o quadro de competências".

Sobre a higiene urbana, um tema que tem sido polémico no mandato de Moedas, Alexandra Leitão afirma que este setor é "mal gerido" e que "Lisboa nunca esteve tão suja e nunca cheirou tão mal"

Entre várias medidas, Leitão defende uma central de lavagem de contentores.

Já Bruno Mascarenhas afirmou que Moedas não percebe "absolutamente nada do que se passa em Lisboa" e que é por isso que a higiene urbana na capital está como está.

O candidato da CDU defende "esquadras de proximidade" para reforçar o sentimento de segurança na capital, afirmando que o encerramento de várias quebrou a "relação de proximidade que é fundamental"

João Ferreira defendeu ainda que é preciso "reforçar a dimensão preventiva" no que toca à criminalidade.

O comunista mencionou ainda o encerramento da esquadra de Carnide.

"O argumento é que tinha problemas de salubridade. Como é que durante quatro anos a câmara não garante as obras necessárias?"

Alexandra Leitão diz que os lisboetas se sentem inseguros, mas deixa a ressalva de que a "insegurança é um conceito muito amplo" e que para evitar este sentimento é preciso espaços públicos "menos degradados", com "menos lixo" e com "mais iluminação" nas ruas.

A candidata socialista afirmou ainda que quer "montar as 217 câmaras de videovigilância que ficaram licenciadas" pelo executivo de Moedas.

Sobre a iluminação o atual autarca atira que os anteriores autarcas, os socialistas António Costa e Fernando Medina, tinham apenas 16 pessoas neste serviço, afirmando que aumentou este número.

Leitão responde: "se tem mais pessoas e funciona pior é porque gere mal".

Já no tema da imigração, e sobre as condições dos imigrantes em Lisboa, Carlos Moedas afirmou que a fiscalização foi aumentada para garantir que os imigrantes têm "dignidade", nomeadamente na habitação.

"A manifestação de interesse era um erro terrível e isso tem-se sentido positivamente", notou o atual autarca.

"Aquilo que nós queremos é dar condições às pessoas. Vamos notando uma melhoria, especialmente porque aumentámos muito a fiscalização", apontou.

Ainda sobre a habitação, Alexandra Leitão defendeu que "para libertar casas para alojamento duradouro é preciso restringir o alojamento local", acrescentando que o executivo atual de Lisboa "fez tudo ao contrário" daquilo que devia".

Carlos Moedas respondeu e acusou o PS de ter permitido que o alojamento local aumentasse significativamente entre 2010 e 2019, de apenas 500 para quase 20 mil residências deste tipo e afirmou que o seu executivo conseguiu diminuir o número de habitações nesta modalidade.

O candidato da CDU defende também a construção municipal de habitação, assim como, a criação de mais casas a rendas acessíveis para os moradores de Lisboa.

"Temos que encarar a necessidade de soluções corporativas e parcerias público-público", defendeu João Ferreira, acrescentando que "nas grandes operações urbanísticas, 25% deve ser reservado para rendas acessíveis".

Bruno Mascarenhas fez questão de fazer um à parte sobre a situação política, não só local, mas também nacional.

"É preciso perceber que estes senhores estão cá há 50 anos mas não apresentam soluções. Lisboa está, até de certa forma ao abandono. Esta doença não pode ser curada pelos que são responsáveis. A única alternativa que existe é de gente sem vícios", afirmou.

O candidato do Chega disse ainda que pretende dar a possibilidade às pessoas, que pagam as rendas acessíveis a tempo, a "possibilidade de as pessoas adquirirem casa com uma medida travão para as pessoas não puderem vender durante 7 anos".

Carlos Moedas diz estar "muito à vontade a falar sobre a habitação" com os lisboetas.

O atual presidente de Lisboa afirmou que quando chegou ao cargo havia 256 casas para renda acessível, "agora são quase mil".

Moedas realçou ainda que nos 10 anos anteriores "construíram-se entre 17 e 20 fogos por ano", o que causou uma grande estagnação.

Sobre parcerias com privados, sugerido por Leitão, Moedas relembrou que essa estratégia já foi tentada, mas que os privados "não quiseram".

Avançando para a habitação, Alexandra Leitão afirma que o objetivo de 20% de aumento de casas na capital é um "estratégico a longo prazo", ou seja, a "um prazo diferente de um mandato".

Neste sentido, a candidata diz que a "construção municipal que deve ser acelerada, em sítios como o projeto do Restelo, o projeto de Marvila, na Tapada das Necessidades". E acrescenta que "nos últimos quatro anos não foi construído um fogo na zona ocidental da cidade".

Sobre a construção de novos fogos, Leitão afirma que tem o objetivo de 4.500 num único mandato.

A candidata considerou ainda que "há uma quantidade absurda de devolutos", dizendo que esses imóveis devem ser reabilitados e postos no mercado. Leitão defendeu ainda parcerias com privados neste setor.

Alexandra Leitão faz questão de realçar dados (já confirmados) de que "no que toca concretamente à despesa de manutenção dos elevadores não houve aumento da despesa" ao contrário daquilo que Carlos Moedas tem vindo a dizer. "Não é verdade", frisou.

A candidata socialista relembrou ainda que "a maior parte das propostas de reação ao que aconteceu ao elevador foram propostas pela oposição e não pelo executivo" da Câmara de Lisboa.

O candidato da CDU, João Ferreira, começou por realçar as propostas já aprovadas para garantir a segurança dos elétricos de Lisboa, mas admitiu que é preciso fazer uma reflexão sobre aquilo que aconteceu, e, nomeadamente o desinvestimento da Carris, e, em específico, da manutenção do serviço.

"Não concordo com Carlos Moedas quando disse que demos à Carris todos os meios. A Carris funciona mal. A Carris não cumpre a sua função", afirmou. "O investimento não chega onde é necessário."

O candidato do Chega, Bruno Mascarenhas começou a intervenção por relembrar que o partido identificou "há vários meses os problemas que existiam na Carris" e que, quando quiseram levar os problemas a debate "a câmara [de Lisboa] fugiu" à discussão.

"O engenheiro Moedas é perito nesta desresponsabilização", rematou.

Alexandra Leitão mantém que é "é preciso esclarecimentos, é preciso apurar responsabilidades" sobre o descarrilamento do Elevador da Glória "com tempo e com serenidade". Alexandra Leitão afirmou que "ninguém se pode conformar que isto aconteça". 

Já Carlos Moedas afirmou que "sempre assumiu todas as responsabilidades" e frisou que esteve no terreno desde o primeiro momento. 

"A demissão seria uma cobardia. Nós temos a nossa responsabilidade política", reiterou o atual autarca de Lisboa que acrescenta que foram dados "todos os recursos à Carris".

Sobre uma eventual derrota nas eleições, Moedas afirmou que confia "nos lisboetas" e "naquilo que tenho sentido na rua".

Os quatro candidatos à autarquia de Lisboa já começaram a debater os seus planos para a capital portuguesa.

Alexandra Leitão vai iniciar o debate.

Boa noite!  Iniciamos aqui um Ao Minuto de acompanhamento do debate das eleições autárquicas 2026 para a Câmara Municipal de Lisboa, que coloca frente a frente Carlos Moedas (atual autarca apoiado pela coligação PSD/CDS-PP/IL) e a Alexandra Leitão (principal candidata da oposição, apoiada pela coligação PS/Livre/BE/PAN). Os candidatos da CDU, João Ferreira, e do Chega, Bruno Mascarenhas também estarão presentes.