António José Seguro, candidato à Presidência da República, defendeu, esta quinta-feira, que a sua candidatura é "unipessoal" e "não partidária" e "não surgiu de uma 'combinata' num diretório partidário", rejeitando, assim, preocupações com a falta de apoio do Partido Socialista (PS).
"Esta candidatura presidencial é uma candidatura unipessoal. Se há uma eleição em Portugal onde os partidos não têm monopólio, é esta", começou por explicar em entrevista à TVI, acrescentando que as candidaturas às eleições presidenciais "decorrem da vontade e da convicção de cada um".
"E, por isso, o Partido Socialista, tal como todos os outros partidos, têm as suas estratégias, os seus 'timings', o que eu respeito", acrescentou.
António José Seguro recordou que o secretário-geral do Partido Socialista (PS), José Luís Carneiro, "disse que o PS se pronunciaria sobre as candidaturas presidenciais depois das autárquicas" e "espera que isso aconteça".
Confrontado com a falta de apoio de alguns históricos socialistas, incluindo do ex-presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, que considerou que não cumpre os "requisitos mínimos", o antigo secretário-geral do PS afirmou que esse não é o seu "foco nem preocupação".
"Eu candidato-me pelo país e por olhar para o meu país e ver que há pessoas que passam imensas dificuldades. Que há trabalhadores que, apesar de trabalharem e terem o seu salário, vivem em situação de pobreza. Que hoje a classe média e classe baixa têm dificuldades de acesso a uma habitação. Vejo o estado a recuar e a abrir fendas e vejo uma democracia com uma espessura muito fina", declarou.
Seguro afirmou que tinha como "responsabilidade olhar para o país" e "perguntar" se pode "ajudar ou dar algum contributo no desempenho do cargo de Presidente da República".
"A resposta foi: 'Sim, posso'. E apresentei-me. Apresentei-me com uma candidatura não partidária, que será sempre não partidária", atirou.
"Eu não faço cálculos. A minha candidatura não surgiu de uma 'combinata' num diretório partidário. A minha candidatura nasce de baixo para cima. E é por isso que eu tenho muitos apoios, da Direita, da Esquerda e do Centro", acrescentou.
Quando apresentou a sua candidatura à Presidência da República, em meados de junho, Seguro defendeu que não vinha da "política tradicional, do jogo da intriga, dos joguinhos de poder".
Agora explicou: "Eu não venho e sempre rejeitei aquela política dos jogos de interesse, da intriga, do poder pelo poder. Eu sempre olhei para a política como a política do 'P' grande, a política que serve. A política que resolve. A política que apresenta soluções para o país. Esse foi o sentido da minha afirmação".
António José Seguro recusou, ainda, "fazer comentários políticos" sobre a posição do PS e defendeu que os portugueses esperam que, "enquanto candidato à Presidência da República", diga qual é o seu "papel e posicionamento perante os problemas graves que o país enfrenta neste momento".
Há já 19 pré-candidatos à Presidência da República
A menos de seis meses das eleições presidenciais, há já 19 pré-candidatos a Belém, mas apenas três apoiados por partidos políticos. São eles: Luís Marques Mendes (PSD), António Filipe (PCP) e Joana Amaral Dias (ADN).
Também António José Seguro, Henrique Gouveia e Melo, Catarina Martins, João Cotrim Figueiredo, André Pestana, Angela Maryah, Bruno Monteiro, Bruno Morgado, Eduardo Lourenço, Emanuel Serra Moleirinho, Joaquim Espadaneira, Hugo Louret Pires, José Cardoso, Manuela Magno, Pedro Tinoco de Faria, Raul Perestrello e Rui Costa estão inscritos no Portal da Candidatura do Ministério da Administração Interna.
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