"Com a gestão CDU na Câmara Municipal de Lisboa nunca se teria passado a manutenção da Carris para as mãos do negócio, tal como fez o PS e tal como acentuou o PSD e o CDS. E esta é que é a realidade. E querem agora, num triste espetáculo, transformar a tragédia numa sessão de passa-culpas onde o PSD ataca o PS e o PS responde ao PSD num espetáculo que procura iludir a questão central", afirmou.
Discursando na apresentação dos candidatos da CDU a Lisboa nas eleições autárquicas de 12 de outubro, Paulo Raimundo considerou que "PS e PSD são os responsáveis pela situação a que a Carris chegou em todas as suas vertentes".
"Podem estrebuchar muito e até podem fazer o pino que não se limpam destas suas responsabilidades", afirmou.
O secretário-geral comunista fez referência a um detergente da roupa, para deixar um aviso aos socialistas: "Bem pode o PS vir agora tentar esfregar, que não há OMO possível que consiga limpar as nódoas das suas opções erradas do ponto de vista dos anos em que lá esteve".
"Quando [o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos] Moedas cortou quatro milhões à Carris para desviar para a Web Summit, o PS teve a mão nessa tesoura que deu o corte. Quando Moedas decidiu que o caminho de Lisboa era mais hotéis, mais hotéis, mais hotéis, o PS esteve lá na fotografia ao lado de todas essas inaugurações. Quando Moedas apresentou todos os orçamentos municipais, o PS nunca, nunca faltou para garantir que estes mesmos orçamentos andassem para a frente com as consequências que aqui estamos", sustentou.
Paulo Raimundo defendeu que "PS e PSD não são iguais mas, para mal dos lisboetas, as semelhanças são muitas do ponto de vista autárquico".
O secretário-geral comunista considerou que "este é um mal que é preciso ter em conta" nas próximas eleições autárquicas, e apelou ao voto na CDU, defendendo que "é a única solução que está colocada para os lisboetas".
Raimundo destacou depois "a honestidade, trabalho, competência" do candidato à presidência da Câmara de Lisboa, assinalando que João Ferreira, que atualmente é vereador sem pelouro, será "um presidente presente, que assume responsabilidades, que toma as medidas que se impõem e que é o rosto de um projeto, de uma equipa, que mete os interesses das populações acima do negócio, acima das aparências, acima desta ou daquela realização".
Quanto a objetivos eleitorais, o comunista disse que passam por "ir tão longe quanto possível".
"O que está verdadeiramente em causa nas eleições do dia 12 não é a opção entre a alternância do PSD de Carlos Moedas com os 'Mileis' de serviço ao seu lado, e um PS com outros que decidiram dar a mão a um PS que tem as duas mãos amarradas às opções erradas da atual gestão", indicou.
"A verdadeira disputa eleitoral que aí está trava-se entre dois projetos distintos: Um projeto que em nome de muitos está ao serviço de uns poucos, e o projeto popular, que é o projeto da CDU que em nome de todos está ao serviço de todos nesta cidade, neste concelho, nestas populações. Lisboa não precisa da alternância, Lisboa precisa da alternativa, e essa alternativa está aqui na CDU e só aqui na CDU", salientou.
Paulo Raimundo considerou ainda que "Lisboa não precisa e não pode continuar a ser vendida às fatias", e que a cidade "precisa ser resgatada", garantindo "as condições para quem cá vive, quem cá trabalha e cá estuda".
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