Esta posição foi transmitida aos jornalistas pelo líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, no final da reunião da conferência de líderes.
"Agendámos de forma potestativa a discussão e a votação da criação de uma comissão técnica independente para a investigação dos incêndios florestais que ocorreram este ano. Este verão ficou marcado por vários incidentes e mais uma vez os incêndios florestais marcaram a vida dos portugueses. A descoordenação foi evidente", declarou.
Eurico Brilhante Dias acusou o Governo PSD/CDS de ter "na gaveta muitos dos projetos que foram deixados pelos executivos socialistas e que estavam preparados não só para o ordenamento florestal, mas também para a arquitetura da proteção civil".
"O PS entende que este é o momento de fazer a avaliação das decisões tomadas", frisou o presidente da bancada socialista.
Na conferência de imprensa, Eurico Brilhante Dias aproveitou também para acusar o PSD de tomar atitudes políticas prejudiciais à saúde da democracia e do debate parlamentar, designadamente no âmbito da Comissão Parlamentar de Educação.
O presidente da bancada socialista referiu então que o PSD levou a votação a audição do reitor da Universidade do Porto, António Sousa Pereira, mas "adicionando um aspeto particularmente duvidoso".
"O PSD associou ao cargo do reitor também à sua pertença como membro do Conselho Estratégico do PS, que nem sequer é um órgão estatutário do partido. O PSD quis envolver a vida profissional do reitor com a sua vida cívica", protestou.
Neste contexto, o presidente da bancada socialista acrescentou que o reitor da Universidade do Porto, "como é conhecido de todos, é também membro da Comissão de Honra do candidato presidencial Luís Marques Mendes".
"E isso não foi sequer mencionado. Parece-nos que no dia em que esta Assembleia da República comece a chamar titulares de cargos públicos, associando a sua participação cívica em atividades de natureza partidária, estaremos a quebrar um elo importante. Estaremos a ultrapassar uma linha vermelha", advertiu.
Eurico Brilhante Dias advogou depois que "a vida social, em particular a partidária, deve ser particularmente protegida, porque é um dos elementos mais importantes para a qualidade da própria democracia".
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