"O ministro das Infraestruturas demite-se das suas funções de tutela da Metro do Porto. O que é que impede o Ministro de atuar? Este vazio de tutela, assumido pelo governante, parece ser aliás uma estratégia que surge devido às ditas eleições autárquicas, contrariando as suas próprias afirmações", considerou o candidato independente e atual vice-presidente da autarquia Filipe Araújo, num comunicado enviado à Lusa.
Na terça-feira, à margem de um evento na Maia, Miguel Pinto Luz disse aos jornalistas que ia manter a "higiene democrática" e não se "imiscuir" no tema do metrobus e que o Governo não quer "condicionar" o debate público, ressalvando que "não está condicionado por eleições autárquicas".
Filipe Araújo considerou que parece que o Governo está condicionado pelas eleições autárquicas e que "a questão do metrobus nada tem a ver com política".
"A pergunta que faço ao Sr. Ministro é se os autocarros já chegaram ou não? Se chegaram, por que é que não estão a circular e como é que explica isso aos Portuenses?", questionou Filipe Araújo, que perguntou ainda pela data de arranque do metrobus.
A circulação do metrobus está dependente, entre outras coisas, de um memorando de entendimento quadripartido entre o Estado, a Câmara do Porto, a Metro do Porto e a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) que ainda não foi assinado.
A 14 de julho, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, afirmou que não iria "perder mais tempo" com o metrobus e que deixa esse assunto para o próximo executivo.
Miguel Pinto Luz acusou na terça-feira Rui Moreira de ter tomado "uma posição pública absolutamente radical, impedindo uma determinada prossecução".
Pelo Governo, Miguel Pinto Luz disse ser necessário "fazer uma avaliação" e "parar", mas "não parar muito, porque isto é para se executar, e na altura certa tomar uma decisão final".
Concorrem à Câmara Municipal do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU -- coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro - coligação NC/PPM), Pedro Duarte (PSD/IL/CDS-PP), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (movimento independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (Partido Liberal Social).
António Araújo, que também se candidatou ao Porto como independente, viu na sexta-feira a sua candidatura ser rejeitada por falta de assinaturas e aguarda resposta do recurso que apresentou ao Tribunal Constitucional.
O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.
As eleições autárquicas estão marcadas para 12 de outubro.
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