Os elogios do governante foram feitos esta tarde à entrada do bairro da Cova da Moura, onde participou numa iniciativa promovida pela candidatura da social-democrata Suzana Garcia, na qualidade de "dirigente nacional do PSD".
"Fez [Suzana Garcia] questão de sinalizar aquilo que é um problema absolutamente dramático na Amadora, mas que de alguma forma é uma metáfora para aquilo que existe na Área Metropolitana de Lisboa. É um drama e nós não podemos outra vez ter o problema das barracas, que se perpetuou desde a década de 80 até hoje", afirmou, em declarações aos jornalistas.
Nesse sentido, Miguel Pinto Luz, que fez questão de sublinhar que não prestava estas declarações no papel de ministro das Infraestruturas e da Habitação, enalteceu o objetivo da candidata do PSD à Câmara da Amadora de erradicar todas as barracas do concelho até 2030, incluindo as construções do Bairro da Cova da Moura.
"Enquanto dirigente nacional do PSD deixo uma nota de enorme satisfação pelas políticas ambiciosas que a candidatura está a querer colocar no terreno, nomeadamente esta ambição de chegar a 2030, porque é bom nós termos estes compromissos e metas, com 3.400 realojamentos feitos", sublinhou.
Contudo, Miguel Pinto Luz recusou clarificar uma articulação entre o Governo e a candidatura, insistindo na separação de funções.
"Hoje estou aqui com o chapéu de dirigente nacional do PSD. Do ponto de vista político, sei há muito tempo da ambição da Suzana Garcia e do PSD local. Outra coisa é enquanto ministro ter tido conhecimento prévio do projeto. Não tive", frisou.
Já Suzana Garcia afirmou que "há 12 anos que não se constrói uma só habitação" na Amadora, considerando que "milhares de pessoas foram esquecidas pelo poder local".
"Nós nunca conseguimos cumprir o PER (Plano Especial de Realojamento), por razões que se desconhecem, e temos ainda a Cova da Moura, a Quinta da Laje, a Estrada Militar da Damaia e a Mina", apontou.
A candidata assegurou que "a situação é absolutamente inaceitável" e prometeu que, caso seja eleita, vai avançar com a demolição das barracas e o realojamento das famílias.
"Algumas serão instaladas nos novos terrenos que vamos construir, mas mais de 50% serão realojadas pelo Governo", explicou.
Suzana Garcia ressalvou ainda que o programa de realojamento não fará "distinções em função da origem dos residentes".
"O plano contempla uma integração e um favorecimento de todas as pessoas, independentemente de virem de Cabo Verde, da Guiné ou de Angola, porque somos todos iguais", atestou.
Depois da entrada do Bairro da Cova da Moura, a comitiva social-democrata passou ainda pelo Bairro da Estrada Militar.
Além de Suzana Garcia, concorrem à Câmara da Amadora o atual presidente, Vítor Ferreira (PS), João Pimenta Lopes (PCP/PEV), Anabela Rodrigues (BE), Rui Paulo Sousa (Chega), Hugo Lourenço (Livre), Paulo Fanha (ADN) e Eduardo Conceição (IL).
No atual mandato, 2021-2025, o executivo da Câmara da Amadora, presidido por Vítor Ferreira, é composto por seis eleitos do PS (incluindo o presidente), três da coligação Dar Voz à Amadora (PSD/CDS-PP/Aliança/MPT/PDR) e um da CDU.
As próximas eleições autárquicas estão marcadas para 12 de outubro.
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