Procurar

"País não precisa de bombeiros TikTok, nem de primeiro-ministro ausente"

O secretário-geral do Partido Socialista, José Luís Carneiro, mostrou-se disponível para fazer um pacto com o Governo, mas disse que era preciso fazer algumas 'averiguações' para perceber se estavam em sintonia na gestão do combate aos fogos.

"País não precisa de bombeiros TikTok, nem de primeiro-ministro ausente"

© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Ana Teresa Banha
27/08/2025 23:15 ‧ há 7 horas por Ana Teresa Banha

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), José Luís Carneiro, disse, esta quarta-feira que o Governo "tarda em responder" a alguns projetos direcionados ao Interior, região que está a ser visitada pelo próprio, a partir da Estrada Nacional 2.

 

Em entrevista à SIC Notícias, o socialista alertou que o poder político tem de compreender que as instituições, nomeadamente, a Proteção Civil - e outras - "carecem do respaldo político".

"Não foi a primeira vez que o Governo deu provas de incapacidade. Aconteceu também, infelizmente, durante a gestão do apagão. A liderança política tem de ser presente: aquilo que o país precisa não é de 'bombeiros TikTok', nem de primeiros-ministros que estão ausentes", afirmou, atirando: "O país precisa de um primeiro-ministro presente e que assuma responsabilidades para garantir aquilo que é uma função fundamental do Estado: a segurança dos cidadãos e a confiança nas suas instituições democráticas".

Em viagem pelo Interior do país, pela Estrada Nacional 2, e depois de partir de Chaves rumo ao Algarve, o socialista disse que tem "ouvido um apelo muito claro a que haja, de uma vez por todas, um compromisso com a coesão e desenvolvimento do Interior do país".

Confrontado sobre o término da coordenação distrital quando assumia um papel no governo socialista anterior, José Luís Carneiro foi questionado se este 'corte' não terá também contribuído para a falta de coordenação agora a ser discutida: "Não. E a prova está em que em 2022 e 2023, e ainda em parte de 2024, com planeamento de 2023, Portugal teve dos melhores indicadores de prevenção, de planeamento e de combate aos incêndios".

O líder do PS apontou que em 2023 a projeção de meios passou para 13 minutos, quando houve anos em que eram de 20, e que esse era um indicador a olhar, apesar das críticas que, já nessa altura, eram feitas ao fim da coordenação distrital. "Os reacendimentos, que estavam acima dos 8% em 2022, conseguimos reduzi-los para 4% em 2023. Hoje passaram para 9%", afirmou, numa ideia que já tinha debatido esta tarde, durante o debate na presença do primeiro-ministro.

"Incompetência" ou "ao leme"? Governo e incêndios: O debate

Recorde o que foi dito durante a Comissão Permanente da Assembleia da República (AR) sobre a coordenação do combate aos incêndios em Portugal, que contou com a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro.

Notícias ao Minuto | 15:00 - 27/08/2025

Carneiro "disponível" para pacto com Governo, mas exige "clareza"

Confrontando com a possibilidade de 'fechar' um pacto com o Governo na área do combate aos fogos, José Luís Carneiro disse que estava disponível para o fazer, mas antes acusou, o chefe de Governo, Luís Montenegro, e o Executivo, de "insensibilidade", nomeadamente, na altura da Festa do Pontal, alvo de críticas. Ao invés, devia estar na altura na sede nacional da Proteção Civil, defende o socialista: "O primeiro-ministro é o primeiro responsável da Proteção Civil no país, assim como é um autarca, um presidente de câmara, no seu concelho [...]. Por que razão é que o Governo permitiu a decapitação das estruturas intermédias da Proteção Civil, que já vai numa debandada de técnicos superiores altamente qualificados ao longo do último ano?"

Carneiro sublinhou, no entanto, que era preciso saber o que é que o Executivo "quer fazer", e defendeu que o PS queria saber o que é feito de propostas anteriores: "Quando o Governo explicar de fora capaz o que fez, verificamos se estamos em sintonia sobre a forma como abordamos estas matérias do desenvolvimento."

O debate sobre a coordenação do combate aos incêndios decorreu esta quarta-feira durante cerca de uma hora e meia, no âmbito da Comissão Permanente da Assembleia da República. A sessão contou com a presença do chefe de Governo, Luís Montenegro, e também com a presença da Ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, que não interveio.

Outros membros do Governo estiveram presentes, mas ausência do Ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, foi notada - e criticada pelo líder do PS, que disse que a situação mostrava "o compromisso" que o Executivo queria estabelecer.

Para além do pacto a 25 anos e de críticas sobre a ausência de medidas para os bombeiros nas 45 anunciadas na semana passada, o Governo 'ouviu' ainda a oposição a classificar a gestão feita no último mês como "incompetente".

No início do debate o primeiro-ministro garantiu que esteve "sempre no terreno", ao "leme", e, no fim, reforçou essa ideia, dizendo que para agir como tal não precisou de "vestir um casaco da Proteção Civil".

Leia Também: "Incompetência" ou "ao leme"? Governo e incêndios: O debate

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com

Recomendados para si

Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

IMPLICA EM ACEITAÇÃO DOS TERMOS & CONDIÇÕES E POLÍTICA DE PRIVACIDADE

Mais lidas

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10