"Tenho que começar por lhe dizer que perante esta crise, à semelhança de outras, revelou uma grande insensibilidade, uma incapacidade para antecipar e uma impreparação para responder. Desde logo insensibilidade por não ter compreendido que deveria ter feito o mesmo que fez em 2024 quando adiou o Congresso do PSD", criticou José Luís Carneiro, em nome do PS, no debate no parlamento sobre "A situação dos incêndios em Portugal" com a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro.
O líder do PS defendeu que festa do PSD no Pontal deveria ter sido adiada porque "a população estava a sofrer e a viver momentos muito dramáticos".
"O senhor primeiro-ministro tem direito às suas férias e todos os membros do Governo têm direito às suas férias, mas para a população portuguesa foi incompreensível como é que se deu aquele sinal de insensibilidade com quem estava a sofrer no território", condenou.
Na reta final do debate, José Luís Carneiro questionou Luís Montenegro se estava "disponível para garantir que a operação dos meios aéreos será feita no futuro pela Força Aérea".
O líder do PS ficou sem tempo nesta fase da intervenção, mas continuou a intervir já com o microfone desligado, o que levou o presidente do parlamento a pedir que terminasse a sua intervenção. Carneiro continuou a falar por alguns momentos, ainda que não se ouvisse na sala.
Carneiro referiu que o primeiro-ministro propôs um pacto para 25 anos, concordando com a necessidade de um compromisso duradouro para combater as assimetrias territoriais, as desigualdades e para promover a coesão económica e social".
"Mas antes disso, tenho o dever de dizer aos portugueses: onde está o plano para a valorização do interior, aprovado pelos governos do PS? Onde está o plano para a revitalização da Serra da Estrela? Em que ponto se encontra o registo do cadastro? Onde está a reforma da propriedade rústica? Onde estão as áreas de proteção da paisagem? Onde estão os condomínios da aldeia? Onde está a reforma da Escola Nacional de Bombeiros que ficou na pasta de transição? Onde está a revisão da lei de financiamento das associações humanitárias", questionou.
[Notícia atualizada às 16h36]
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