"Infelizmente, é um balanço negativo. Nós sabíamos ao que vinha, não só à direita, mas também aquilo que têm sido estas políticas de recuo do Governo de Luís Montenegro", criticou Inês Sousa Real à agência Lusa, antes do debate sobre o estado da nação que vai decorrer no parlamento na quinta-feira.
A deputada única lamentou os atuais tempos de espera nas urgências do país, alertando em particular para a situação da saúde maternoinfantil, com "recuos absolutamente inaceitáveis".
Outra das preocupações do PAN é a crise na habitação, que continua a ser "um flagelo para as famílias". Inês Sousa Real acusou o executivo de estar com as "prioridades trocadas" e salientou que um dos principais problemas nesta área passa pela falta de oferta de arrendamento a preços acessíveis.
Também na causa animal, continuou, "este Governo continua a ter os apoios na gaveta", seja para ter "canis municipais em condições" ou fazer chegar aos "cuidadores e às associações as verbas que são fundamentais para o seu trabalho".
A deputada única acusou o executivo de não priorizar o 'dossier' das alterações climáticas, e de se focar em temas como a imigração, alegando que essa não é "a prioridade dos portugueses".
Interrogada sobre se tem existido espaço para dialogar com o executivo, Inês Sousa Real respondeu que tal "tem sido difícil, porque ao contrário do anterior Governo, Luís Montenegro tem optado por falar apenas com as maiores forças políticas que estão presentes na Assembleia da República".
"Não nos parece que em democracia isso seja saudável, aliás, havia de facto uma marca da anterior governação que tinha essa proximidade e essa capacidade de acolher as propostas dos vários partidos", lamentou.
Contudo, o PAN "não baixará os braços" e vai continuar a insistir com as suas causas no parlamento, prometendo levar ao debate sobre o estado da nação temas como a proteção ambiental ou a violência doméstica, bandeiras do partido.
Está agendado para a próxima quinta-feira o debate sobre o estado da nação, o primeiro desde que o XXV Governo Constitucional tomou posse, que contará com a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e do restante elenco governativo.
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