"Continuam a subsistir problemas em várias áreas (...) e a dúvida que fica é se ano após ano vamos continuar aqui com a situação que temos em mãos: um país em degradação, os serviços públicos em degradação, a vida das pessoas a piorar, e sem vislumbre de soluções à vista", afirmou Mariana Leitão em declarações à Lusa no âmbito do debate do estado da nação, agendado para a próxima quinta-feira.
A líder da bancada liberal defendeu que o Governo "tem obrigação de agir" e "não pode continuar a adiar soluções que são fundamentais", acrescentando que o anterior executivo "atirou dinheiro para cima dos problemas" sem trazer qualquer reforma e que, já depois das eleições legislativas de maio, os "problemas estruturais continuam a existir".
Mariana Leitão identificou a saúde como "um dos setores mais críticos neste momento", sublinhando que "os problemas subsistem" no INEM mesmo depois de a ministra ter dito que "ia gastar 70% do seu tempo a resolver os problemas do INEM".
"Continua tudo na mesma, sem que sequer haja o mínimo de assumir de responsabilidades quanto a esta matéria", criticou.
A única candidata à liderança da IL destacou ainda a habitação como área prioritária, criticando o executivo por ter promovido uma "série de medidas na área da procura", esquecendo o lado da oferta e, assim, promovido uma subida dos preços.
A IL critica o Governo também na educação, por não se "saber absolutamente nada sobre a realidade neste momento dos alunos sem aulas", garantindo que fará pressão junto do executivo para que seja seguido um "caminho alternativo".
Entre as prioridades do partido para o regresso das férias parlamentares, Mariana Leitão destacou a comissão de inquérito ao INEM - proposta pelos liberais e já aprovada -, bem como a resposta à crise na habitação, com a promoção de medidas do lado da oferta, a simplificação fiscal e a reforma do Estado.
Sobre a reforma do Estado, Mariana Leitão defendeu simplificação, "cortes na burocracia", "maior agilidade por parte do Estado" e a concretização de privatizações de empresas estatais como a TAP.
A deputada afirmou que o partido irá "fazer escrutínio àquela que será a atividade do Governo nessa matéria", uma vez que foi criado o Ministério da Reforma do Estado, do qual os liberais esperam resultado.
"Aquilo que se exige ao Governo é que faça aquilo que é necessário e não que constantemente se tente refugiar [na ideia de que] 'já tínhamos uma herança pesada'", afirmou, sublinhando que o Governo já teve tempo para fazer algumas das mudanças necessárias.
Está agendado para a próxima quinta-feira o debate sobre o estado da nação, o primeiro desde que o XXV Governo Constitucional tomou posse, que contará com a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e do restante elenco governativo.
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