Demolições no Talude Militar? "A Câmara de Loures é uma vergonha"

A historiadora Joacine Katar Moreira criticou a execução de demolições de casas autoconstruídas no Bairro do Talude Militar, em Loures, com duras críticas à autarquia liderada pelo socialista Ricardo Leão.

Joacine Katar Moreira Libre

© Global Imagens

Notícias ao Minuto com Lusa
14/07/2025 14:26 ‧ ontem por Notícias ao Minuto com Lusa

Política

Joacine Katar Moreira

A historiadora e antiga deputada Joacine Katar Moreira acusou, esta segunda-feira, a Câmara Municipal de Loures, presidida pelo socialista Ricardo Leão, de ser "uma vergonha", numa crítica à execução de demolições de casas autoconstruídas no Bairro do Talude Militar. 

 

"Em direto a demolição da habitação das pessoas, muitas sem alternativas", começou por escrever Joacine Katar Moreira, numa publicação divulgada na rede social X (antigo Twitter). "Como podem deixar as pessoas ao relento? A CM [Câmara Municipal] de Loures é uma vergonha", acusou.

A execução das demolições de casas autoconstruídas no Bairro do Talude Militar, ordenadas pelo município de Loures, arrancou hoje cerca das 12h00, depois de a polícia ter afastado à força moradores concentrados no local para tentar impedir a operação.

De referir que a execução de demolições de casas autoconstruídas no Bairro do Talude Militar, ordenadas pelo município de Loures, arrancou hoje cerca das 12h00, depois de a polícia ter afastado à força moradores concentrados no local para tentar impedir a operação.

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A execução de demolições de casas autoconstruídas no Bairro do Talude Militar, ordenadas pelo município de Loures, arrancou hoje cerca das 12h00, depois de a polícia ter afastado à força moradores concentrados no local para tentar impedir a operação.

Lusa | 12:29 - 14/07/2025

Durante o avanço da máquina mobilizada para as operações, e depois de um reforço policial no local, agentes da Equipa de Intervenção Rápida da PSP intervieram com bastões para afastar os residentes e uma pessoa foi arrastada pelo chão, constatou a Lusa no local, confirmando depois o início da demolição da casa com o número 1.062, na entrada do bairro.

A vereadora da Câmara de Loures responsável pela Polícia Municipal, Paula Magalhães, que esteve no local, assumiu a demolição de 64 casas autoconstruídas, onde vivem 161 pessoas, e esclareceu que a operação policial no local decorre sob comando da autarquia.

"A Câmara Municipal de Loures não permitirá a construção e a continuidade da construção desta realidade que são as barracas no concelho de Loures", afirmou a vereadora, em declarações à agência Lusa. 

Os moradores "foram notificados com as 48 horas que a lei obriga", indicou Paula Magalhães.

Sobre o facto de essas 48 horas serem durante o fim de semana, o que impede qualquer ação no sistema judicial português, a autarca do PS respondeu que é o tempo para os moradores poderem retirar os seus pertences das barracas, "que é o objetivo da notificação".

Contactada pela Lusa, a porta-voz do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, Ana Ricardo, referiu que a força está apenas a dar apoio à operação a decorrer no bairro do Talude Militar. 

"O nosso objetivo é apenas a manutenção da ordem pública", sublinhou a responsável, explicando que as autoridades "num primeiro momento encontraram uma grande resistência" e que foi necessário "dar ordem de dispersão".

Ana Ricardo confirmou que houve necessidade de reforçar o contingente policial, mas ressalvou, cerca das 13h00, que as operações decorrem agora com "normalidade".

Moradores do Talude Militar tentam impedir demolições. Tensão com polícia

Moradores do Talude Militar tentam impedir demolições. Tensão com polícia

Dezenas de moradores do Bairro do Talude Militar, em Loures, estão hoje de manhã a tentar impedir a execução de demolições de casas autoconstruídas ordenadas pelo município, num clima de tensão com a polícia.

Lusa | 11:20 - 14/07/2025

O clima foi de tensão com a polícia, com mais de uma dezena de elementos da Equipa de Intervenção Rápida da PSP a afastar à força moradores do bairro autoconstruído. 

Relativamente a esta operação policial, inclusive com o uso da força para afastar os moradores, a vereadora da Polícia Municipal disse que a mesma "está sob o comando da câmara municipal", explicando que os avanços e recuos no processo de demolição "são logísticos".

"Os avanços e recuos são em função das possibilidades que a polícia vê para a concretização dos trabalhos, tendo em conta que os moradores, ou seja, as pessoas que estão a ocupar estas barracas não retiraram os seus pertences e, portanto, há aqui alguma atenção a ter", expôs Paula Magalhães.

Quanto à ausência de um mandado judicial para a realização desta operação, até considerando que há moradores que avançaram com providências cautelares para travar as demolições, a autarca disse que há uma providência cautelar "que foi interposta para uma das barracas", que inclui outras quatro casas autoconstruídas que "não estão inseridas no lote a demolir no dia de hoje".

Em relação ao pedido dos moradores para uma reunião com o presidente da Câmara de Loures, Ricardo Leão (PS), antes de se avançar com as demolições, a vereadora admitiu que a autarquia não se disponibilizou para tal, por considerar que "não existe essa necessidade", nem o processo administrativo obriga a tal.

De acordo com a autarca, nos últimos meses foram demolidas "sensivelmente 55" barracas no concelho de Loures, onde viviam "mais ou menos 70 pessoas", e a autarquia prevê mais demolições no Talude Militar e noutros bairros.

Loures demoliu 64 barracas onde viviam 161 pessoas:

Loures demoliu 64 barracas onde viviam 161 pessoas: "Foram notificadas"

"A Câmara Municipal de Loures não permitirá a construção e a continuidade da construção desta realidade que são as barracas no concelho de Loures", afirmou a vereadora com o pelouro da Polícia Municipal, Paula Magalhães (PS).

Lusa | 14:08 - 14/07/2025

Leia Também: Vida Justa denuncia demolição de 80 habitações em Loures e Amadora

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