"Estamos a falar, por exemplo, de questões relacionadas com os lixos, os resíduos, mobilidade, trânsito, a própria conservação dos equipamentos públicos, segurança. São problemas básicos sobre os quais, todos os dias, os munícipes se queixam porque querem ruas limpas, uma boa iluminação, o equipamento público em ordem e em condições", disse Filipe Garcia.
À Lusa, o candidato que é economista e professor e apresentou a sua candidatura às autárquicas de outubro numa sessão que contou com o deputado Miguel Rangel, contou que vive em Matosinhos há muitos anos e tem assistido "a uma ausência total de planeamento sobretudo nos últimos 10".
"Falta claramente uma visão para Matosinhos. Falta a ideia de para onde é que queremos ir a 20, 30, 40 anos. Temos falta de espaço, nós temos claramente uma falta de organização. Tudo aquilo que tem acontecido em Matosinhos nos últimos 20, 25 anos tem sido muito mais em reflexo das coisas, ou seja, um bocadinho a reboque dos acontecimentos", criticou.
E, por ter a convicção de que o que "mais fazem falta" são "medidas que para qualidade de vida dos cidadãos", prometeu: "Qual é que é o nosso objetivo? O nosso objetivo, a nossa ambição, a nossa missão é fazer de Matosinhos o melhor lugar da Europa para viver".
"É tão simples quanto isto. Quando comecei a testar esta ideia junto de associações e empresas, porque eu sempre a tive na cabeça, porque sempre achei, vivo aqui há muitos anos e sei que há o potencial para isso, as pessoas começaram a olhar para mim e a dizer 'sim, é possível'", disse.
Outras das prioridades da IL em Matosinhos é fazer do concelho "um município universitário", criando "uma espécie de distrito estudantil que não tem de ser no centro" e que servirá para "atrair pessoas, dar-lhes competências, reter pessoas, fidelizá-las", quer sejam alunos ou professores, disse o candidato.
Filipe Garcia também falou da necessidade de "cuidar bem o dinheiro público", até porque, acrescentou, "a Câmara de Matosinhos não é propriamente uma Câmara pobre, é uma Câmara cujas receitas têm vindo a aumentar".
"Só que a Câmara, perante mais dinheiro, escolhe sempre aumentar a estrutura. Achamos que há um grande espaço para otimização. Entendemos que há um descaso com o dinheiro público e que há pouca transparência. A Câmara comunica mal com os munícipes", considerou.
Por fim, o candidato a Matosinhos -- que se apresenta a eleições ao lado da líder da estrutura local, Beatriz Vieira, que será candidata à Assembleia Municipal -- confessou que é sua motivação avançar na corrida às autárquicas porque neste concelho não vê boas alternativas na atual oposição.
"Não vemos na oposição propriamente grandes soluções. Acho que fazemos falta. Sinceramente, uma das coisas que motivou também, foi olhar em volta e dizer assim, se a iniciativa liberal não estiver no boletim de voto, eu não tenho em quem votar", concluiu.
Além de Filipe Garcia (IL), à Câmara de Matosinhos já foi confirmada a recandidatura da atual presidente de câmara, Luísa Salgueiro, pelo PS, do social-democrata Bruno Pereira, do vereador da CDU José Pedro Rodrigues, do ex-socialista e vereador independente António Parada pelo Chega, e do ex-presidente do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) Pedro Filipe Soares.
O atual executivo é composto por sete eleitos do PS, um do PSD, um independente, um pelo movimento António Parada Sim! e um da CDU.
A Câmara de Matosinhos foi sempre liderada pelo PS à exceção do mandato de 2013 a 2017, em que foi presidida pelo independente Guilherme Pinto que, nessa altura, se desfiliou do PS.
As eleições autárquicas realizam-se a 12 de outubro.
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