"Vocês estão a exagerar. Já está tudo esclarecido, ele [o secretário regional] já pediu desculpa. Não se venham armar em moralistas agora, como nunca ninguém mandou uma boca", afirmou Miguel Albuquerque.
O social-democrata, que lidera o executivo regional de coligação PSD/CDS-PP, falava aos jornalistas à margem da sessão solene do Dia do Concelho da Calheta, na zona oeste da ilha da Madeira.
"Pediu desculpa e está resolvido. Vocês que não venham com essa conversa", acrescentou.
O governante referia-se às expressões consideradas de baixa linguagem utilizada pelo secretário regional do Turismo, Ambiente e Cultura, Eduardo Jesus, na terça-feira, na Assembleia Legislativa da Madeira, durante o debate na especialidade do Orçamento e Plano de Investimentos do governo madeirense para 2025.
Entre outras frases consideradas impróprias num debate parlamentar, Eduardo Jesus criticou as perguntas efetuadas pela deputada do PS Sílvia Silva, a quem se referiu com a palavra "gaja".
Além dessa, que foi a de menor gravidade, o secretário regional chamou deputadas de "burras" e usou outras expressões menos próprias de se utilizar num debate parlamentar.
Na quinta-feira, Eduardo Jesus apresentou um pedido de desculpas à presidente da Assembleia Legislativa da região autónoma pelas expressões de linguagem que utilizou no debate na especialidade do Orçamento insular.
"Venho pela presente comunicar, na qualidade de presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, a digníssima representante de todos os deputados eleitos nesta região, o meu lamento e as minhas desculpas, na pessoa de Vossa Excelência, pelo sucedido durante a discussão do Orçamento Regional/2025, na passada terça-feira", escreveu o governante na missiva enviada à responsável do parlamento insular, Rubina Leal.
Eduardo Jesus diz ainda que "em circunstância alguma quis ofender as senhoras e senhores deputados ou a instituição", vincando que os seus "apartes" resultaram da "tensão da entusiasmada discussão que normalmente decorrem no ambiente parlamentar".
A situação foi criticada por todos os partidos da oposição que consideraram as expressões utilizadas um "insulto", "inqualificáveis" e "lamentáveis", defendendo que deveria apresentar um pedido de desculpas também aos deputados visados.
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