A dirigente do Bloco de Esquerda Joana Mortágua assinalou, esta terça-feira, o 30.º aniversário da morte de Alcindo Monteiro, lembrando que da História de Portugal também fazem parte o "combate antirracista" e as "vítimas do ódio racista" e que é necessário "levantar um muro de decência" contra os extremismos.
"Alcindo Monteiro foi morto, foi assassinado pela violência racista, foi vitima de um crime de ódio", começou por dizer Joana Mortágua, em declarações aos jornalistas à margem de um protesto antirracista em Lisboa.
"É por isso que é bom lembrar que da História de Portugal também faz parte o combate antirracista e também fazem parte as vítimas do ódio racista", acrescentou, numa referência o facto de hoje também se celebrar o Dia de Portugal.
Para a bloquista, "num tempo em que crescem os fundamentalismos, os extremismos", é "bom lembrar que os extremismos discursivos contra o outro nunca não só palavras".
"Não são só discurso, legitimam atos, atos como aqueles que assassinou Alcindo Monteiro", sublinhou, defendendo que "contra o racismo, contra esse extremismo, contra a violência, tem de se levantar um muro de decência".
"Um muro para dizer que a violência não avança", completou a antiga deputada.
O homicídio de Alcindo Monteiro, português de origem cabo-verdiana, vítima de ódio racial, aconteceu na madrugada de 10 para 11 de junho de 1995, no Bairro Alto, depois de um grupo de cerca de 50 'skinheads' invadir as ruas do bairro lisboeta e atacar com violência várias pessoas. Onze foram julgados e condenados por homicídio, seis foram condenados por agressões e dois foram absolvidos.
Alcindo Monteiro tinha 27 anos quando foi assassinado.
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